Rabino pede fim do Estado de Israel em sessão organizada pelo PT na Câmara



O rabino Yisroel Dovid Weiss defendeu o fim do Estado de Israel durante uma sessão solene convocada por petistas nesta quarta-feira (2) na Câmara dos Deputados. Ele distinguiu o judaísmo do sionismo e declarou que “ser contra o Estado sionista de Israel não é ser contra os judeus nem ser antissemita”. Para o rabino, Israel é “a personificação e a definição mais clara do antissemitismo”.

“A diferença de religião nunca foi causa de conflito. A ocupação sionista da Palestina é a causa principal do derramamento de sangue trágico e contínuo que ocorre há mais de 100 anos tanto de árabes quanto de judeus. Ser contra o Estado sionista de Israel não é ser contra os judeus, nem ser antissemita. Na verdade, o Estado de Israel é a personificação e a definição mais clara do antissemitismo“, disse.

Weiss discursou durante a sessão solene convocada por deputados da esquerda, principalmente petistas, para lembrar os 77 anos da “Nakba” (catástrofe, em árabe), marcada pela desapropriação de terras na Palestina para a criação do Estado de Israel. Entre os signários do requerimento para realização do evento estão o ex-ministro e deputado federal Paulo Pimenta (RS), o líder do partido, Lindbergh Farias (RJ), e outros 28 parlamentares do PT.

O rabino é membro do movimento Neturei Karta, criado em 1938, que não reconhece a fundação de Israel. De acordo com a crença do grupo, o verdadeiro Estado só virá com a chegada do messias. Ele enfatizou que a fé proíbe judeus de criar uma soberania por “ocupação, roubo e assassinato” e argumentou que, “além da catástrofe imposta ao povo palestino, o Estado de Israel é a causa do ódio e da violência contra os judeus”.

“Nunca se refiram ao Estado de Israel como Estados judeu. Isso apenas serve para fortalecer e legitimar o Estado de Israel e suas acusações de antissemitismo. Por favor, refiram-se a ele como ‘Estado sionista’ e as pessoas que o apoiam como ‘sionistas’ não judeus. Judaísmo, sim. Sionismo, não. O Estado de Israel tem que acabar”, ressaltou.

Após o discurso, parte dos presentes na sessão gritaram “do rio ao mar, Palestina livre já”, em referência à destruição do Estado de Israel. Ex-ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom), Paulo Pimenta classificou a ofensiva israelense em Gaza como “genocídio” e defendeu “medidas concretas” de rompimento do governo brasileiro com Israel.

Além disso, Pimenta apresentou um projeto de lei para instituir o Dia da Amizade Brasil-Palestina, a ser comemorado em 29 de novembro. A data marca o Dia Internacional de Solidariedade com o Povo Palestino, criado pela ONU em 1977. A iniciativa ocorre após a aprovação do Dia da Amizade Brasil-Israel, que será celebrado anualmente, no dia 12 de abril.

A homenagem a relação entre brasileiros e israelenses foi promulgada pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que tem criticado o governo israelense pelos conflitos contra o Hamas na Faixa de Gaza e contra o Irã, não se manifestar sobre a proposta.

O governo Lula removeu o embaixador Frederico Meyer, que ocupava o principal cargo na representação brasileira em Tel Aviv, em maio de 2024. A não substituição de um nome para o lugar de Meyer foi considerado um gesto político.



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