Posto de pesagem faz caminhões invadirem ruas da Vila Entroncamento, espalharem sujeira e aumentar riscos
Apesar dos transtornos enfrentados pelos moradores da Vila Entroncamento, em Campo Grande, o DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) não estuda mudar de lugar a balança móvel instalada no quilômetro 367 da BR-262, na região do Indubrasil. O posto de pesagem, parado há mais de um mês, tem sido driblado por carretas que invadem ruas estreitas do bairro para escapar da fiscalização de peso.
Moradores da Vila Entroncamento, em Campo Grande, sofrem com transtornos causados por carretas que desviam da balança do Dnit na BR-262. Poeira, calçadas quebradas, risco de acidentes e comércios afetados são constantes. A comunidade reivindica a mudança do posto de pesagem, que está parado há mais de um mês, para um local sem rotas alternativas. Apesar dos protestos e apelos à Agetran e ao Dnit, nenhuma solução foi encontrada. Caminhões com excesso de peso trafegam por ruas estreitas, causando danos à infraestrutura e colocando em risco a segurança, especialmente de crianças que frequentam a escola local. A presidente da associação de moradores pede socorro às autoridades antes que ocorra uma tragédia.
Em 2022, moradores chegaram a bloquear as vias em protesto. Dois anos depois, o problema permanece e se agravou. Poeira constante, calçadas quebradas, risco de acidentes e estruturas danificadas fazem parte da rotina de quem vive ali. A sensação, dizem, é de abandono por parte do poder público.
“Eles passam correndo, sem nenhum respeito. Há crianças indo para a escola, é um risco enorme”, desabafa a dona de casa Gislaine Duarte, de 24 anos. “A rua é estreita, a poeira invade tudo. Deveriam colocar essa balança na entrada do Indubrasil; assim, não tem como fugir”, conclui.
O comerciante Celso Silva Machado, de 56 anos, mora há 35 anos na região e é dono de uma loja de roupas há 15. Ele conta que a comunidade planejava uma nova manifestação, adiada por enquanto. “A rua não foi projetada para esse tipo de tráfego. O asfalto estoura, tem buracos, encanamento rompe. Passam caminhões com minério de ferro, todos com excesso de peso, desviando da balança”.
Segundo Celso, o problema afeta não só a estrutura urbana, mas também o comércio local. “A poeira entra mesmo com a porta fechada. Minhas roupas ficam todas sujas. Quem tem problema respiratório sofre. E com a seca chegando, só piora”.
Ele relata ainda que já procurou a Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) e conseguiu a instalação de quebra-molas e sinalização, mas não houve mudança. “Um ano depois, está tudo igual. Já fomos ao Dnit, que respondeu que não vai retirar a balança. Mas se os caminhoneiros estivessem dentro da lei, não precisariam desviar”.

“Estamos abandonados”, diz presidente de bairro – A presidente da associação da Vila Entroncamento, Gremilcia da Silva de Oliveira, de 36 anos, reforça a revolta. A região é dividida entre Campo Grande e Terenos, o que, segundo ela, torna a situação ainda mais esquecida pelas autoridades.
“Há um mês e meio vivemos esse caos. Aqui não tem infraestrutura, nem cascalhamento. Já encaminhei documentos para o Dnit, PRF, tudo que era legal. Mas nada resolve. O bairro está abandonado. Até a linha de ônibus passa em trecho sem asfalto”.
O principal pedido dos moradores é que o posto de pesagem seja transferido para um local sem rotas de fuga. “Aqui são seis quadras com saída, os caminhões cortam por dentro e ninguém fiscaliza. A escola atende cerca de 600 crianças. Precisamos de socorro, antes que aconteça uma tragédia”. Ela finaliza com um apelo: “Queremos deixar claro que não somos contra os caminhoneiros. Queremos segurança”.
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