Artista estava em Bonito e participava da 3ª edição do Festival Bonito Cinesur de cinema
Na madrugada deste sábado (26), Mato Grosso do Sul perdeu um importante nome do cenário cultural. Morreu o artista plástico Jonir Figueiredo, aos 71 anos. Ele estava em Bonito e participava da 3ª edição do Festival Bonito Cinesur – Festival de Cinema Sul-americano, que começou nesta sexta-feira (25).
Artista plástico Jonir Figueiredo morre aos 71 anos em Bonito (MS). O corpo foi encontrado por amigos no local onde estava hospedado durante o Festival Bonito Cinesur. Natural de Corumbá, Jonir deixa um legado de cinco décadas dedicadas às artes visuais em Mato Grosso do Sul. Referência no cenário cultural do estado, Jonir fez parte da “geração da divisão”, inspirando-se na criação de Mato Grosso do Sul para sua arte. Cofundador do Movimento Cultural Guaicuru, o artista explorou em suas obras a ancestralidade rupestre, mitos da fronteira e a fauna pantaneira. Seu trabalho pode ser conferido no livro “Jonir: uma trajetória de vida construída com arte”, lançado este ano.
Nascido em Corumbá, Jonir era um dos nomes mais relevantes das artes visuais no Estado e deixa um legado de cinco décadas dedicadas a contar, por meio da arte, a história, os contrastes e as belezas de Mato Grosso do Sul.
Jonir foi encontrado sem vida por amigos no local onde estava hospedado. Nas redes sociais, diversas pessoas lamentaram e prestaram homenagens. O cantor Almir Sater falou com carinho sobre o artista. “O Jonir era um cara atuante, um cara bom, de alma boa. Com certeza o Criador vai receber ele por lá. É triste”, comentou.
“Vá em paz meu irmão e que Deus te receba em seus braços”, publicou o jornalista Bosco Martis.
Jonir Figueiredo começou sua trajetória nos anos 1970 e logo se destacou como um dos representantes da chamada “geração da divisão”, marcada pela criação de Mato Grosso do Sul. O artista usou o nascimento do novo estado como matéria-prima para sua arte e identidade.
Foi também nesse contexto que ajudou a fundar o Movimento Cultural Guaicuru, coletivo de artistas que se dedicava a traduzir, pelas artes visuais, o que significava ser sul-mato-grossense. O grupo teve papel fundamental na construção do imaginário cultural do Estado.
Desenhista, gravador, pintor, performer e produtor cultural, Jonir era múltiplo. Seu trabalho transita entre a ancestralidade rupestre, os mitos da fronteira e a fauna pantaneira, com destaque para a “fase dos jacarés”, nos anos 1980, em que sua arte passou a refletir a urgência da pauta ambiental.
Boa parte desse percurso criativo foi reunido no livro “Jonir: uma trajetória de vida construída com arte”, lançado no dia 28 de abril deste ano, em Campo Grande. Assinada por Ara de Andrade Martins, a obra reúne obras de diferentes fases do artista, muitas delas hoje em acervos públicos e coleções particulares no Brasil e no exterior.
Além de seu trabalho como artista, Jonir esteve sempre à frente de projetos de incentivo à cultura e participou ativamente do cenário artístico do Estado, inclusive nas políticas públicas ligadas às artes visuais. Até seus últimos dias, mantinha presença ativa em exposições, festivais, debates e encontros culturais.
Ainda não há informações oficiais sobre o velório e sepultamento.
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