Anuncio oficial foi feito na tarde desta sexta-feira (8); decisão foi tomada após nota em apoio a Bolsonaro
O PT (Partido dos Trabalhadores) anunciou oficialmente, em reunião realizada na tarde desta sexta-feira (8), que deixa a base do governador Eduardo Riedel (PSDB) a partir de hoje. O anúncio foi feito durante coletiva de imprensa na sede do diretório do partido, em Campo Grande. Com a saída do governo tucano, os petistas também pedem que seus indicados entreguem os 25 cargos que ocupam no Executivo estadual.
PT rompe com governo Riedel em Mato Grosso do Sul. O Partido dos Trabalhadores anunciou sua saída da base aliada do governador Eduardo Riedel (PSDB) após divergências sobre o posicionamento do governador em relação ao ex-presidente Jair Bolsonaro. A decisão foi comunicada em coletiva de imprensa na sede do partido, em Campo Grande. O principal motivo da ruptura foi a crítica pública de Riedel à prisão domiciliar de Bolsonaro, determinada pelo ministro Alexandre de Moraes. O governador considerou a medida um “excesso judicial”. O PT, por sua vez, viu a declaração como um apoio à extrema direita, tornando insustentável a permanência na base governista. O partido solicitou que seus 25 indicados em cargos do Executivo estadual entreguem os postos. A decisão final, no entanto, caberá a cada um.
“A bancada estadual, a bancada federal, o conjunto de lideranças do PT, entende que essa relação então se torna insustentável. E a decisão política então é a saída do governo”, pontuou o presidente estadual do partido, Vladimir da Silva Ferreira.
O número de cargos não foi oficialmente divulgado pelo PT, mas, conforme apuração do Campo Grande News, atualmente 25 deles são ocupados por nomes ligados ao grupo, entre eles Viviane Luiza da Silva, à frente da SEC (Secretaria de Estado de Cidadania).
O anúncio desta sexta-feira ocorreu em razão da insatisfação dos petistas com o posicionamento recente de Riedel em relação à forma como o ex-presidente Jair Bolsonaro vem sendo tratado pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
Na terça-feira (5), por meio das redes sociais, Riedel criticou a decisão do ministro Alexandre de Moraes que determinou a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo o governador, “prisão domiciliar, com restrição de direitos fundamentais e sem julgamento concluído, são excessos judiciais que geram temerária escalada da tensão política e jurídica no país”.
Na coletiva desta tarde, o deputado estadual Pedro Kemp (PT) classificou a nota do chefe do governo estadual como uma manifestação evidente de apoio à extrema direita. “Acredito que com a nota o governador deixa claro com quem que ele quer fazer política aqui no Estado. Nós ficamos numa situação desconfortável participando do governo e o governo defendendo a extrema direita”, pontuou o parlamentar.

Em relação aos cargos, Vladimir fez questão de enfatizar que o convite partiu do próprio governador no cenário político onde o partido declarou apoio à sua candidatura no segundo turno das eleições.
“E o PT decidiu participar. Por quê? Porque nós entendemos naquele momento que nós tínhamos um cenário muito polarizado no Brasil e que nós queríamos contribuir no Estado para construir uma frente de apoio”, destaca.
Com isso, a orientação do partido é para que seus aliados entreguem os cargos, porém a decisão final caberá a cada um. “Os companheiros que, por ventura, permaneceram no governo, não permanecerão com a anuência da direção do PT. Se o governador pedir um período de transição, nós vamos avaliar que período é esse, mas a decisão política do PT está tomada”, concluiu o presidente do diretório estadual.
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