Moraes está garantindo a democracia



O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em evento realizado nesta sexta-feira (8) no Acre, defendeu a perda do mandato aos deputados e senadores que ocuparam por dois dias as Mesas Diretoras do Congresso e disse que Moraes está “garantindo a democracia”.

Enquanto discursava, o petista direcionou sua fala ao senador Sérgio Petecão (PSD-AC) e pediu: “E você, Petecão, por favor, não assine o pedido de impeachment do Alexandre de Moraes porque ele está garantindo a democracia”.

“Quem deveria ter o impeachment são esses deputados e senadores que ficam tentando fazer greve para não permitir que funcione a Câmara e o Senado, verdadeiros traidores da pátria”, completou.

Nesta semana, parlamentares de oposição ocuparam as Mesas Diretoras da Câmara e Senado por dois dias, em protesto contra a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Nesta sexta, Lula afirmou que o ex-presidente “abriu uma lâmpada, a lâmpada mágica, não saiu o Aladim, saiu o que tinha de podre nesse país para política”.

“Só ver o nível do Senado e da Câmara. Deputado vai lá e não faz mais discurso, pega o celular, grava a cara dele, fala uma bobagem e acha que está sendo deputado ou senador. Não é possível, gente”, afirmou o mandatário, que garantiu que concorrerá nas próximas eleições se tiver condição de saúde.

Lula voltou a criticar Eduardo Bolsonaro

No seu discurso, o petista voltou a criticar o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que segundo ele está nos Estados Unidos “pedindo pros americanos darem um golpe”.

“Em pleno século 21, um presidente ignorante e chucro, que mandou o filho dele ir pros EUA pedir pros americanos dar golpe nesse país, ele vai saber o que vai custar isso porque vai ter um processo”, disse.

“Esse moleque é traidor de 215 milhões de brasileiros com o prejuízo que os EUA está dando para esse país”, completou.

Na última quinta, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), sinalizou que Eduardo Bolsonaro pode perder o mandato.

Motta disse que não pretende alterar o regimento interno da Casa para autorizar o deputado a exercer o mandato de forma remota. Eduardo se mudou para os Estados Unidos com a família e já anunciou que não pretende retornar ao Brasil.

“Não há previsibilidade para o exercício do mandato à distância pelo nosso regimento. Isso seria uma excepcionalidade, o que não se justifica para o momento”, disse Motta em entrevista ao portal Metrópoles. O presidente da Câmara afirmou que o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) fez uma “escolha política” ao permanecer nos Estados Unidos para defender “teses que lhe são caras”.

A licença de Eduardo acabou no dia 20 de julho. Desde então, suas faltas passaram a ser registradas. “Temos um problema político-jurídico que envolve o deputado Eduardo Bolsonaro, que tomou a decisão de ir aos Estados Unidos e ficar lá defendendo teses que lhe são caras. E essas teses, nós temos que respeitar, ele está no exercício, apesar de não concordar com alguns movimentos que ele tem feito”, afirmou Motta.

Oposição critica falas de Lula

Após a fala de Lula, o bloco de oposição da Câmara repudiou as falas do presidente e apontou que a defesa da perda dos mandatos é “mais uma prova cabal de seu perfil autoritário, truculento e incompatível com a democracia”.

“Lula, que já não esconde seu projeto de poder hegemônico, pretende criminalizar um ato político legítimo, realizado em um momento gravíssimo da vida nacional, em reação direta à denúncia da Lava Toga. Esta revelou provas contundentes de que o ministro Alexandre de Moraes, integrante do STF, montou um gabinete paralelo para perseguir opositores políticos, atropelando a Constituição, fabricando acusações e rasgando direitos fundamentais”.

O bloco afirmou que as ocupações configuram um “instrumento de resistência democrática, usado inúmeras vezes pela própria esquerda”.

“O PT, o PSOL e outros partidos aliados já ocuparam as Mesas Diretoras da Câmara e do Senado em diversas ocasiões — no impeachment de Dilma Rousseff, para protestar contra a prisão de Lula, contra a Reforma da Previdência e contra a Reforma Trabalhista. Em todos esses episódios, a ocupação foi tratada pela imprensa e pelos próprios petistas como um ato político legítimo, sem qualquer ameaça de cassação de mandato”.

Sobre Alexandre de Moraes, a oposição lembra que “próprio PT, no passado, foi contra a indicação de Alexandre de Moraes para o Supremo Tribunal Federal, alegando que ele não tinha condições de ocupar o cargo. Hoje, no entanto, Lula e o PT se tornaram aliados de Moraes, unidos em um projeto de destruição da oposição, censura à imprensa livre e perseguição a todos que se atrevam a desafiar o regime que tentam impor ao Brasil”.

“Chega a ser irônico — e profundamente revelador — que Lula, que se beneficiou dessa tolerância institucional quando esteve na oposição, agora proponha punir parlamentares que cumprem o papel de defender o povo contra abusos de poder e contra o avanço de um projeto autoritário que se alinha ao que há de pior na esquerda nacional e internacional: regimes que silenciam vozes dissidentes, perseguem adversários e manipulam instituições para perpetuar-se no poder”

Por fim, afirmam que oposição “não se intimidará com ameaças, intimidações ou tentativas de cassação. Continuaremos firmes, defendendo a Constituição, o Estado Democrático de Direito e o direito sagrado do povo brasileiro de ter representantes que não se curvem diante de abusos. Lula pode querer uma ditadura sem oposição — mas encontrará aqui um bloco coeso, combativo e inabalável na defesa da liberdade”, completa a nota.



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