EUA acusam Moraes de “usurpar o poder”



O vice-secretário do Departamento de Estado norte-americano, Christopher Landau, acusou neste sábado (9) o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de concentrar poder de forma indevida e ameaçar líderes dos demais poderes da República. Em publicação na rede social “X”, Landau afirmou que o magistrado estaria “usurpando poder ditatorial” e prejudicando as relações históricas entre Brasil e Estados Unidos.

“A separação de poderes entre os diferentes ramos do governo é a maior garantia de liberdade já concebida pela mente humana. Nenhum ramo, ou pessoa, pode acumular poder demais se controlado pelos outros. Mas uma separação formal de poderes não significa nada se um ramo tiver meios de intimidar os outros a abrir mão de suas prerrogativas constitucionais”, escreveu Landau.

O representante norte-americano afirmou que a situação no Brasil é “inédita e anômala”, classificando a atuação de Moraes como a de um “usurpador” que ameaça autoridades e familiares com prisões ou outras penalidades.

“Um único ministro do Supremo Tribunal Federal usurpou o poder ditatorial ao ameaçar líderes dos outros poderes, ou suas famílias, com prisão, encarceramento ou outras penalidades. Essa pessoa destruiu o relacionamento historicamente próximo do Brasil com os EUA, entre outras coisas, ao tentar aplicar a lei brasileira extraterritorialmente para silenciar indivíduos e empresas em solo americano”, declarou.

Embaixada dos EUA publicou alerta a aliados de Moraes

As declarações de Landau ocorrem em meio a uma escalada de tensões diplomáticas. No mesmo dia em que o vice-presidente Geraldo Alckmin se reuniu com o encarregado de negócios da Embaixada dos EUA, Gabriel Escobar, na quinta-feira (7), a representação diplomática norte-americana compartilhou em suas redes sociais uma mensagem do subsecretário Darren Beattie.

O texto alertava “aliados” de Moraes: “O ministro Moraes é o principal arquiteto da censura e perseguição… Os aliados de Moraes… estão avisados… Estamos monitorando a situação de perto.”

A publicação ocorreu também no contexto da adoção, pelos Estados Unidos, de uma tarifa de 50 % sobre produtos brasileiros, medida anunciada como resposta ao processo contra Jair Bolsonaro (PL) por suposto golpe de Estado.

Diante do episódio, o Ministério das Relações Exteriores convocou novamente Gabriel Escobar para prestar esclarecimentos, na sexta-feira (8). Foi a terceira vez em 2025 que o diplomata norte-americano foi chamado para dar explicações ao governo brasileiro sobre manifestações ou ações de Washington relacionadas a questões internas do Brasil. O Itamaraty classificou as publicações como ingerência indevida em assuntos internos e reforçou que decisões judiciais no país são matéria de soberania nacional.



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