O grupo americano de cosméticos Estée Lauder anunciou na quarta-feira, 20 de agosto, um prejuízo significativo de US$ 546 milhões no quarto trimestre do seu exercício fiscal de 2025, contra um prejuízo líquido de US$ 286 milhões no mesmo período do ano anterior.
Plano de reestruturação
O grupo atribui esses resultados à implementação do plano de reestruturação anunciado em fevereiro.
O custo total estimado varia entre US$ 1,2 bilhão e US$ 1,6 bilhão antes de impostos, com o objetivo de gerar um lucro bruto adicional de US$ 800 milhões a US$ 1 bilhão por ano e restabelecer a margem operacional da empresa. Até 30 de junho, já haviam sido desembolsados US$ 610 milhões, principalmente relacionados a demissões.
A Estée Lauder Companies planeja eliminar entre 5.800 e 7.000 postos de trabalho em todo o mundo, dos quais mais de 3.200 já haviam sido identificados em 13 de agosto. O grupo conta com mais de 46.000 funcionários, de acordo com o seu site.
Queda nas vendas para viajantes
Em um ano, o faturamento caiu 8%, para US$ 14,326 bilhões, com recuo em todas as regiões geográficas.
As vendas de produtos para a pele recuaram 12%, as de cuidados com os cabelos 10% e as de maquiagem 6%. Já os perfumes permaneceram estáveis em relação ao ano anterior, mas ainda assim tiveram um desempenho aquém das expectativas em um mercado amplamente voltado para o crescimento.
Durante uma conferência com analistas, o CEO Stéphane de la Faverie ressaltou que quase dois terços da queda no faturamento se devem ao recuo de 28% nas vendas para viajantes (duty-free).
Este segmento representa agora cerca de 15% da atividade do grupo, ou seja, quatro pontos percentuais a menos do que no ano anterior e catorze a menos do que o pico do exercício de 2021.
Por outro lado, as vendas pela internet aumentaram 31%, atingindo um nível recorde, observou o Sr. de la Faverie.
Retorno ao crescimento e aumento dos preços em 2026
Em relação ao exercício fiscal de 2026, o grupo espera um retorno ao crescimento, com um aumento do faturamento, excluindo itens excepcionais, que deve ser inferior a 5% em todos os mercados, exceto na China continental, onde deve aumentar cerca de 5%.
Além disso, Stéphane de la Faverie estimou em cerca de US$ 100 milhões, no exercício fiscal de 2026, o impacto das novas tarifas, conforme conhecidos em 13 de agosto. Ele planeja ajustar os preços dos itens do grupo para compensar esse custo adicional.