Fiéis acompanham canonização por telão na Paróquia São Sebastião, em Campo Grande

Sentada do lado de fora do salão da Paróquia São Sebastião, em Campo Grande, a balconista Valdineia Vieira da Silva, 45 anos, assiste à canonização de Carlo Acutis. Com ela está a filha, Isadora, 9 anos, considerada pela mãe um milagre de cura do jovem que hoje se torna santo.
A canonização de Carlo Acutis, transmitida em telão na Paróquia São Sebastião, em Campo Grande, atraiu devotos que enfrentaram o frio para participar do evento. Valdineia Vieira da Silva, acompanhada da filha Isadora, relatou a cura milagrosa da criança, diagnosticada com gastrite crônica. Outros fiéis, como Mateus Conrad e Regiane Fátima Ferreira, também expressaram sua devoção ao jovem, que se tornou um símbolo de fé e espiritualidade, especialmente entre os jovens. Carlo Acutis, falecido aos 15 anos, é reconhecido como o primeiro santo da geração millennial.
Como ela, várias pessoas enfrentam a temperatura de 16 °C e o vento do lado de fora do salão paroquial da igreja, localizada no Jardim Marabá, onde a canonização de Carlo Acutis está sendo transmitida em um telão. Mesmo sem garantir lugar dentro da paróquia, fez questão de ficar. “Quase não dormimos, muito ansiosas; apesar do frio e da madrugada, a fé é mais forte”, garantiu.
Valdineia, a filha e a mãe, Francisca Ferreira da Silva, 73 anos, moram no bairro Monte Castelo e acordaram às 3h para chegar às 4h na igreja. “Somos muito devotas, já recebemos graças dele”, contou. Ela relata que Isadora havia sido diagnosticada com gastrite crônica em 2023. “Fizemos a novena e, quando repetiu a endoscopia, não tinha mais nada, ela foi curada”, diz.
O autônomo Mateus Conrad, 20 anos, também chegou cedo. “Por amor a Carlo e a tudo o que ele vem fazendo por nós em Campo Grande”, afirmou, acrescentando que considera o jovem um fenômeno que começou na cidade.
Mateus diz se identificar com ele e afirma que se encontrou na religião, vivendo a missa e rezando o terço, “como Carlo ensinava”, enfatiza. “Tento seguir esse exemplo do Carlo, de adoração, missa, sacramentos. Sinto que cresci muito na espiritualidade assim. Muitas vezes os jovens buscam o que agrada mais à carne, como a diversão, mas o que faz diferença mesmo é viver a fé como ele viveu”.
A professora Regiane Fátima Ferreira, 43 anos, saiu de São José do Quatro Marcos (MT) juntamente com o marido, filhos, irmã e cunhado na sexta-feira e chegou ontem, por volta das 14h. “Estávamos ontem na missa, depois fomos para o hotel, dormimos um pouquinho e voltamos. Saímos daqui às 8 da noite e retornamos hoje, às 4h da manhã”. A caravana familiar de seis pessoas fez questão de estar na cidade para ver a celebração.
A devoção tem nome: Augusto, o filho de 7 anos, autista não verbal. “Eu peço todo dia para o Carlo ajudar no desenvolvimento dele, que ele possa ouvir, falar, se desenvolver. É por ele que nós viemos. Já é a terceira vez que estamos aqui”.
Regiane não se recorda de quando conheceu a história de Carlo Acutis, mas se apaixonou pela trajetória do jovem. “Minha vontade era ir até a Itália, mas como ainda não deu, viemos aqui”.
Carlo Acutis morreu aos 15 anos, após um quadro agudo de leucemia. Ficou popularmente conhecido como padroeiro da internet, já que usava as redes para evangelizar. Carlo será o primeiro santo da geração millennial, que inclui todos os nascidos entre as décadas de 1980 e 1990.

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