Foragido desde 2003, Osmar Delmaschio foi recapturado em 2024 e sentenciado nesta sexta (12).

Tribunal do Júri de Ribas do Rio Pardo condenou, nesta sexta-feira (12), Osmar Delmaschio a 13 anos, 4 meses e 12 dias de prisão em regime fechado. Ele era réu pelas mortes de José Roberto da Silva e de Creusa Ales Gomes, ocorridas em 30 de agosto de 2003, em uma fazenda a 36 quilômetros da área urbana do município, após ser acusado de abusar de uma ovelha.
Osmar Delmaschio foi condenado a 13 anos, 4 meses e 12 dias de prisão em regime fechado pelo duplo homicídio de José Roberto da Silva e Creusa Ales Gomes, ocorrido em 2003, em Ribas do Rio Pardo (MS). O júri popular também o considerou culpado pela tentativa de homicídio da filha do casal, que tinha 4 anos na época. Delmaschio, gerente da fazenda onde o crime aconteceu, matou o casal a tiros após ser acusado de abusar de uma ovelha.O julgamento ocorreu 21 anos após o crime, devido à fuga de Delmaschio da prisão em Nova Aurora (PR), dias após sua captura inicial. Recapturado em 2024 em Laranjal (PR), ele foi levado a júri popular. A defesa alegou legítima defesa e violenta emoção, mas os jurados reconheceram a culpa de Delmaschio nos crimes, considerando o uso de recurso que dificultou a defesa das vítimas. A sentença levou em conta a gravidade do crime, a motivação e o tempo que o réu permaneceu foragido.
O julgamento ocorreu 21 anos após o crime porque Osmar fugiu da cadeia dias depois de ser preso em Nova Aurora, no Paraná. Ele escapou por um túnel cavado na delegacia de Ribas do Rio Pardo e permaneceu foragido até março de 2024, quando foi recapturado em Laranjal (PR), por ação conjunta das polícias de Mato Grosso do Sul e do estado vizinho.
A sessão do júri começou às 9h, presidida pelo juiz Cesar David Maudonnet, com participação do promotor de Justiça Matheus Macedo Cartapatti e dos advogados Valdir Custódio da Silva e Caio Molina. Sete jurados foram sorteados entre os 22 convocados. A acusação abriu os debates e pediu condenação com reconhecimento das qualificadoras, encerrando sua fala por volta do meio-dia.
Durante o intervalo, houve falha no sistema de gravação, e os áudios do interrogatório do réu e do depoimento de um informante ficaram indisponíveis. A defesa pediu a dissolução do Conselho de Sentença por cerceamento, mas o juiz indeferiu. Ele destacou que todos os presentes haviam ouvido os atos em plenário e que a anulação poderia prejudicar o próprio acusado, que está preso.
A defesa retomou os trabalhos à tarde e defendeu a absolvição de Osmar. Sustentou legítima defesa em relação a José Roberto e violenta emoção após ameaça, além de erro de execução quanto a Creusa e à filha ferida. Pediu também o afastamento das qualificadoras. O Ministério Público rebateu os argumentos e reforçou a gravidade do crime.
Na votação, os jurados reconheceram que Osmar matou José Roberto e Creusa e tentou matar a criança. Admitiram que ele agiu sob violenta emoção em relação a José Roberto, mas mantiveram a condenação. Também rejeitaram a absolvição e reconheceram o uso de recurso que dificultou a defesa das vítimas.
Com base no veredicto, o juiz fixou a pena em regime fechado. A dosimetria levou em conta a gravidade do crime, a motivação torpe e o risco imposto às crianças, além do período em que permaneceu foragido. O réu não poderá recorrer em liberdade.
Entenda o caso – O crime ocorreu no início da noite, quando Osmar perseguiu o casal e os executou a tiros, enquanto as vítimas tentavam se abrigar na casa de um funcionário. Segundo a denúncia do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), por volta das 18h30 do dia 30 de agosto de 2003, em uma fazenda a 36 km da área urbana de Ribas do Rio Pardo, Osmar matou a tiros José Roberto da Silva e Creusa Ales Gomes.
Em seguida, Osmar atirou contra a filha do casal, que na época tinha 4 anos. Ela foi atingida no ombro direito. A outra menina de 7 anos conseguiu fugir e se esconder no banheiro. O autor fugiu logo depois do crime. Ele era gerente da fazenda e foi acusado pelas vítimas de ter abusado sexualmente de uma ovelha.
O casal procurou Osmar para tirar satisfação e, depois, foi perseguido por ele. O casal correu até a casa de outro funcionário, onde foi morto a tiros. Osmar foi denunciado por homicídio qualificado por motivo torpe e por uso de recurso que dificultou a defesa das vítimas.
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