Autoridades do governo se reúnem no Rio para discutir futuro da energia nuclear no país


Primeiro dia da NT2E destaca protagonismo do Brasil no cenário internacional e assinatura de parcerias estratégicas. Evento tem mais de 3.200 pessoas, mais de 150 palestrantes, mais de 15 países representados, 30 painéis, diversos minicursos e 147 instituições parceiras

Foto: Divulgação NT2E / Créditos: Yasmin Dantas

Foto: Divulgação NT2E / Créditos: Yasmin Dantas

Começou a NT2E 2025, maior feira de negócios e tecnologia do setor nuclear da América Latina. Realizada no ExpoMag, no Rio de Janeiro, a abertura do evento reuniu autoridades políticas, representantes de organismos internacionais, lideranças empresariais e especialistas que debateram o papel do Brasil na construção de um futuro mais sustentável, tecnológico e seguro — com a energia nuclear ganhando centralidade nas políticas públicas de desenvolvimento e descarbonização. 

A solenidade de abertura contou com discursos institucionais do presidente da ABDAN, Celso Cunha, do diretor do Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo, Vice-Almirante Koga, do Ministro do Gabinete de Segurança Institucional, General Marcos Antônio Amaro dos Santos, da Secretária Nacional de Geologia, Mineração e Transformação Mineral do MME, Ana Paula Bittencourt, e de representantes da AIEA, incluindo o diretor-geral Rafael Grossi (em vídeo), além de nomes como Maria Korsnick (NEI), Mikhail Chudakov (AIEA) e Ivan Dybov (Rosatom). 

Celso Cunha, presidente da ABDAN: “É hora de mostrar que o nuclear é tecnologia de ponta, é inovação, é autonomia, é Brasil, é protagonismo. A NT2E 2025 é a prova disso.” 

General Marcos Amaro, ministro do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República: “A NT2E representa uma oportunidade valiosa para reunir lideranças políticas, acadêmicas, empresariais e técnicas para debater os avanços e o futuro desse setor estratégico para o Brasil.” 

Ana Paula Bittencourt, Secretária Nacional de Geologia, Mineração e Transformação Mineral do Ministério de Minas e Energia, representando o ministro Alexandre Silveira:“Falar de energia nuclear é falar de futuro. Nosso país detém recursos significativos de urânio, ocupando uma posição invejável no ranking mundial. Além disso, para além da segurança energética, a energia nuclear é uma grande aliada da descarbonização. É por isso que o Ministério de Minas e Energia entende que essa fonte deve ser fomentada.” 

Pedro Cavalcante, Secretário-Adjunto de Coordenação e Governança das Empresas Estatais do Ministério da Gestão e Inovação: “Este evento é fundamental para pensarmos no papel das estatais e do próprio Estado, além da relação entre mercado, organismos multilaterais e sociedade civil.” 

Deputado federal Julio Lopes: “Infelizmente, seguimos sem cuidar e sem tratar com seriedade da retomada das obras de Angra 3, o que considero um desastre administrativo — tanto do ponto de vista da política governamental quanto da política energética.”

O primeiro dia da NT2E também marcou a assinatura de três acordos estratégicos. O primeiro, entre a Amazul e o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), formalizou uma cooperação para o desenvolvimento de centros de irradiação e novos materiais. O segundo, entre a Westinghouse Electric Company e a Constellation, foi um acordo de confidencialidade (NDA) com foco em aplicações do micro reator eVince em plataformas de sondagem. Já o terceiro memorando foi firmado entre a ABDAN e a ABH2 (Associação Brasileira do Hidrogênio), com o objetivo de fortalecer sinergias entre a indústria nuclear, o setor de hidrogênio de baixa emissão, os data centers e outras tecnologias de inovação. 

Além das palestras e debates de alto nível, o NT2E 2025 também será palco do Hackapower, o maior hackathon de inovação voltado ao setor nuclear no Brasil. A edição deste ano marca um novo patamar de alcance e engajamento: foram 86 alunos selecionados de 37 universidades, espalhadas por 52 cidades brasileiras — a maioria delas fora do eixo Rio-São Paulo — o que reforça o caráter nacional e descentralizado da iniciativa. 

A competição se estende até novembro, quando ocorrerá a grande final durante o Nuclear Legacy, tradicional evento de encerramento do calendário nuclear. Os participantes são desafiados a propor soluções criativas e viáveis em áreas estratégicas como energia, sustentabilidade e segurança alimentar, contribuindo para aproximar a juventude da ciência e da tecnologia nuclear. 

Um dos destaques desta edição é a realização da palestra sobre antirracismo, que será aberta ao público e reforça o compromisso do setor com a diversidade, inclusão e equidade racial nos espaços de inovação e tecnologia. 

Como parte das ações sociais da NT2E, no último dia da feira, os organizadores promoverão uma campanha de arrecadação de alimentos não perecíveis. Os visitantes que desejarem participar poderão levar 1 kg de qualquer alimento e, em troca, receberão um brinde especial. A iniciativa irá beneficiar instituições sociais previamente selecionadas e reforça o papel transformador da energia nuclear também fora das usinas, conectando ciência e solidariedade. 

A NT2E segue até quinta (22), trazendo debates sobre inteligência artificial, segurança energética, medicina nuclear, políticas públicas, sustentabilidade, descarbonização da Amazônia Legal e a transição energética — com ênfase na integração dos pequenos reatores modulares (SMRs) e da energia nuclear como pilares para o desenvolvimento econômico e ambiental do Brasil.



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