Companhia aérea vai deixar de atender 14 municípios considerados “abaixo da média”

A Azul Linhas Aéreas anunciou nesta segunda-feira (11) o encerramento das operações em 14 cidades brasileiras, entre elas Três Lagoas, na região leste de Mato Grosso do Sul. A decisão amplia o impacto do corte iniciado em julho, quando a companhia já havia confirmado a suspensão dos voos para Corumbá, no lado oeste do estado.
Azul amplia cortes e encerra voos em Três Lagoas e outras 13 cidades. A companhia aérea justifica a decisão, tomada entre janeiro e março, como parte de um processo de revisão da malha aérea, focando em rotas mais rentáveis. A medida segue o corte anterior que suspendeu voos para Corumbá (MS).A empresa alega que as rotas cortadas apresentavam desempenho financeiro 17% abaixo da média. O impacto do dólar alto e custos operacionais crescentes motivaram os ajustes, que incluem redução de frequência e cancelamento de voos. A Azul, em recuperação judicial nos EUA, afirma que clientes afetados foram atendidos conforme as normas da ANAC. A agência reguladora reforça que a criação e extinção de rotas são decisões das empresas aéreas.
Em nota encaminhada à Folha de São Paulo, a empresa justificou que o fim das rotas ocorreu entre janeiro e março deste ano, pouco antes do pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos, aberto em maio.
Segundo a Azul, os ajustes “[…] fazem parte de um processo contínuo de revisão da malha aérea, focado em rotas estratégicas que apresentem maior retorno financeiro”. Na última sexta-feira (8), o Campo Grande News destacou que o aumento dos custos operacionais motivou os cortes da companhia.
Na ocasião, a Azul já havia explicado a saída de Corumbá citando diretamente o impacto do dólar alto. O aeroporto local, que registrou quase 18 mil passageiros no primeiro semestre de 2025 e passa por ampliação, ficou fora dos planos da empresa por apresentar margens abaixo da média.
Em Três Lagoas, a situação é semelhante. A cidade deixa de receber voos da Azul no momento em que a companhia ajusta mais de 50 rotas que apresentam desempenho financeiro 17 pontos percentuais abaixo da média. As medidas incluem redução da frequência ou até o cancelamento de algumas ligações aéreas.
Procurada pela reportagem, a Azul reforçou que todos os clientes impactados pelas mudanças receberam atendimento conforme determina a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil). A companhia foi a última entre as principais aéreas brasileiras a aderir ao “Chapter 11” nos Estados Unidos, processo de recuperação judicial, depois de Latam e Gol.
A Azul já vinha reestruturando dívidas no Brasil desde 2023 e buscou a recuperação para, conforme alega, proteger ativos no exterior e renegociar dívidas internacionais. Se tudo correr como o esperado e sem grandes obstáculos legais, o processo pode ser concluído até o fim de 2025, conforme especialistas da área de aviação.
Em resposta ao Campo Grande News, a Anac disse que não é responsável pela criação ou extinção de rotas e que tal decisão “é tomada no âmbito das empresas aéreas, conforme o princípio da liberdade de voar estabelecido na lei de criação da Agência”. As explicações sobre voos e eventuais mudanças, segundo a agência reguladora, devem ser feitas pelas empresas aéreas que operam no estado ou com a operadora do terminal.
Além dos municípios sul-mato-grossenses, a lista de cidades onde a Azul encerrou operações inclui Cratéus, São Benedito, Sobral e Iguatú (CE), Campos (RJ), Correia Pinto e Jaguaruna (SC), Mossoró (RN), São Raimundo Nonato e Parnaíba (PI), Rio Verde (GO), Barreirinhas (MA) e Ponta Grossa (PR).
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