Câmara reembolsou parcialmente Erika Hilton por cirurgia no nariz


A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) foi reembolsada em R$ 24,7 mil pela Câmara dos Deputados por uma cirurgia no nariz realizada no final do mês de fevereiro. O procedimento, conhecido como rinosseptoplastia funcional, tem indicação médica para tratar condições como sinusite crônica, obstrução nasal e perfuração do septo.

Segundo a apuração publicada nesta quarta (25) pelo site Metrópoles, o ressarcimento foi feito no começo do mês de abril após a parlamentar apresentar notas fiscais comprovando as despesas e a necessidade do procedimento. Erika Hilton afirma que a nota total era de R$ 26 mil, mas que houve o reembolso parcial.

Na mesma cirurgia, a deputada realizou um procedimento estético que custou R$ 22 mil, e que teria sido custeado por ela mesma.

“O procedimento médico foi reembolsado pela Câmara Federal de acordo com as regras de assistência médica da casa e não tem nenhuma relação com qualquer procedimento estético realizado pela parlamentar, que foram custeados com recursos próprios”, disse em nota.

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Segundo a apuração, a cirurgia foi feita no Hospital Samaritano, em São Paulo, e, de acordo com a deputada, atendeu a uma “extrema necessidade médica”. Erika Hilton teria passado por seis ciclos de antibióticos e corticoides em apenas um ano que não foram suficientes para resolver os problemas tratados.

“Caso não fossem realizados (os procedimentos cirúrgicos), a única opção que restaria à deputada seria a hospitalização sempre que houvesse uma infecção bacteriana em seu sinus”, seguiu na justificativa.

Nas redes sociais, Erika Hilton foi além e detalhou os procedimentos, afirmando que “fui colocada em anestesia geral e fizeram uma septoplastia, uma sinusectomia, uma astromosia, uma etmoidectomia, uma sinusotomia, uma turbinectomia, uma cauterização e uma perfuração no meu septo”.

Ato regulamenta reembolso

O pagamento do reembolso de R$ 24,7 mil, aponta a apuração, foi efetuado pela Câmara no dia 1º de abril de 2024 segundo registros consultados no Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi). A plataforma apresenta dados gerais sobre os gastos da Casa, mas não detalha os procedimentos médicos nem os estabelecimentos contratados.

O reembolso de despesas médicas dos parlamentares é regulamentado por um ato da Mesa Diretora de 2013, que permite o ressarcimento de tratamentos de saúde, mas veta “tratamentos estéticos de qualquer natureza”. A norma não impõe um teto para os reembolsos, desde que o valor de cada nota fiscal não ultrapasse R$ 135,4 mil.

Somente em 2025, os reembolsos médicos de deputados já somam R$ 1,6 milhão. O maior valor individual pago neste ano chegou a R$ 123 mil.

Além de Erika Hilton, o deputado federal Marco Feliciano (PL-SP) também chegou a ter um procedimento facial reembolsado pela Câmara no valor de R$ 157 mil, em 2019. Na época, ele alegou que o tratamento odontológico era necessário por sofrer de dores crônicas e que, por isso, precisava corrigir um problema de articulação na mandíbula e melhorar o sorriso com implantes e coroas.

Em 2021, o então presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), elevou o teto do reembolso de despesas médicas de deputados na rede privada de R$ 50 mil para R$ 135,4 mil.

Segunda denúncia nesta semana

Além do reembolso parcial pela cirurgia no nariz, Erika Hilton foi alvo nesta semana de um pedido de investigação por suposta improbidade administrativa ao contratar dois assessores para o trabalho de “maquiadores pessoais”. Segundo a petição do líder da oposição na Câmara, Luciano Zucco (PL-RS), os profissionais não estariam cumprindo as funções parlamentares exigidas.

“Constata-se que a conduta da deputada Erika Hilton, ao nomear e manter em seu gabinete dois indivíduos cuja atuação se limita, de forma reiterada e pública, à prestação de serviços pessoais de natureza estética e promocional, desvirtua por completo o sentido constitucional e legal dos cargos comissionados de secretário parlamentar”, diz trecho da petição.

A deputada respondeu se dizendo “perseguida” pelas denúncias, como uma “tentativa de me desmoralizar”. “É uma ridícula ação coordenada para me jogar e jogar meu trabalho na m*”, segundo postou nas redes sociais.



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