Se a câmera corporal já é usada por policiais para registrar abordagens, por agentes de trânsito para evitar confusões e até por entregadores para se defenderem de injustiças, por que não também pelos árbitros? Afinal, ninguém é mais acusado injustamente do que um juiz de futebol.
A decisão da FIFA de testar câmeras corporais no Mundial de Clubes, que começa na próxima semana nos EUA, parece saída de um episódio de “Black Mirror”, mas com apito. A ideia é mostrar ao público exatamente o que o árbitro viu — ou deixou de ver — em cada lance polêmico. É como se o VAR ganhasse olhos, pernas e… um pouco mais de humanidade.
No fundo, a câmera serve para três coisas que os árbitros vivem precisando:
1. Autodefesa: Não é raro o juiz sair de campo sendo chamado de “ladrão”, “cego” ou coisa pior. Com a câmera, ele pode provar que viu o lance… ou que foi realmente difícil de ver.
2. Transparência: Mostrar ao público a visão real do árbitro pode ajudar os torcedores a entenderem por que ele marcou (ou não marcou) aquele pênalti duvidoso.
3. Treinamento e revisão: Assim como a PM analisa imagens para corrigir falhas, a comissão de arbitragem poderá rever os movimentos do árbitro e aperfeiçoar o posicionamento e as decisões futuras.
Mas não para por aí. A FIFA também vai exibir nos telões dos estádios, em tempo real, as mesmas imagens do VAR usadas na cabine — o que promete transformar o estádio num verdadeiro fórum popular. E o impedimento será decidido com ainda mais precisão: sensores na bola, câmeras em todos os ângulos e inteligência artificial fazendo o trabalho que nem bandeirinha com visão de águia daria conta.