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O presidente dos EUA, Donald Trump, disse em entrevista à Fox News nesta sexta-feira (12/09) que as autoridades americanas detiveram o suspeito de ter assassinado o ativista conservador e aliado Charlie Kirk.
O suspeito do assassinato de Kirk tem “28 ou 29 anos”, segundo Trump disse ao canal. O presidente afirmou que uma pessoa “muito próxima” ao suspeito o entregou.
Trump diz que espera que o assassino de Kirk receba a pena de morte e afirmou que “Kirk era uma pessoa excelente e não merecia isso.”.
Kirk morreu em um atentado com arma de fogo na quarta-feira (10/9), durante evento em uma universidade em Utah, nos Estados Unidos.
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Charlie Kirk, de 31 anos, participava de um debate sob uma tenda, respondendo a opositores políticos que se revezavam no microfone. Parte da plateia aplaudia nos gramados; outra parte protestava. Segundos depois, todos corriam em pânico.
Kirk morreu ao ser atingido no pescoço por uma bala durante o evento. O episódio foi registrado por câmeras, algumas exibindo a cena em detalhes sangrentos.
Kirk, no passado, já havia alertado sobre o que considerava um risco de violência por parte de seus críticos — dos quais ele tinha muitos, em razão de seu estilo provocador de conservadorismo. Ainda assim, estava disposto a viajar para campi universitários, onde a política frequentemente pende para a esquerda, a fim de debater com quem estivesse interessado.
Ele defendia o direito às armas e valores conservadores, criticava os direitos de pessoas transgênero e apoiava incondicionalmente o presidente americano, Donald Trump. A organização de Kirk, Turning Point US, teve um papel central na campanha de mobilização eleitoral que levou o presidente a retornar à Casa Branca em 2025.
A tenda onde Kirk foi baleado tinha a inscrição “prove que estou errado”. Ele era considerado um herói, especialmente por jovens conservadores, ao se aproximar deles em qualquer lugar e oferecer um movimento próprio.
O assassinato de Kirk é mais um episódio de violência armada que chocou os Estados Unidos — e o mais recente em uma série crescente de episódios de violência política.
No início deste ano, a então presidente da Câmara de Representantes de Minnesota e membro do Partido Democrata, Melissa Hortman, 55, foi assassinada a tiros junto a seu marido; John Hoffman, senador estadual também de Minnesota e do Partido Democrata, ficou ferido em um ataque a tiros semelhante dentro da casa dele.
No ano passado, o então candidato presidencial do Partido Republicano, Donald Trump, foi alvo de duas tentativas de assassinato. O episódio em que foi atingido de raspão por uma bala durante um comício ao ar livre em Butler, Pensilvânia, apresenta semelhanças marcantes com o tiroteio de quarta-feira em Utah (10/09) — ambos ocorreram diante de multidões em locais abertos.
Dois anos antes, um agressor armado com um martelo invadiu a casa da então presidente da Câmara, Nancy Pelosi, membro influente do Partido Democrata. Em 2017, um homem abriu fogo contra congressistas republicanos durante um treino em um campo de beisebol no norte da Virgínia.
É difícil prever para onde a política americana irá a partir de agora, mas a trajetória é sombria.
A violência gera mais violência. Uma retórica cada vez mais divisiva, alimentada pelas câmaras de eco das redes sociais e pelo fácil acesso a armas de fogo, aumenta a tensão e eleva o risco de derramamento de sangue.
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