Consórcio culpa prefeitura e apps por prejuízo em Campo Grande


Diretor é contestado por vereadora que citou lucro de R$ 7 milhões em ano de expansão dos aplicativos

Diretor do Consórcio culpa prefeitura e aplicativos por prejuízo
Vereadora Luiza Ribeiro e diretor do Consórcio na CPI do Transporte Público. (Foto: Osmar Veiga)

A segunda fase das oitivas da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Transporte Público começou nesta segunda-feira (9), e o diretor de Operações do Consórcio Guaicurus, Paulo Vitor Brito de Oliveira, atribuiu à prefeitura e aos aplicativos de transporte a responsabilidade pelo prejuízo financeiro alegado pela empresa.

O diretor de Operações do Consórcio Guaicurus, Paulo Vitor Brito de Oliveira, responsabilizou a Prefeitura de Campo Grande e os aplicativos de transporte pelos prejuízos financeiros da empresa durante depoimento na CPI do Transporte Público. Segundo ele, medidas previstas em contrato não foram executadas, como a construção de terminais e corredores exclusivos.A relatora da CPI, vereadora Ana Portela, contestou os argumentos ao apontar que o consórcio registrou lucro de R$ 7 milhões entre 2017 e 2018, período de crescimento dos aplicativos. O diretor defendeu que melhorias no sistema dependem de intervenções no trânsito e destacou que a idade da frota não é determinante para os prejuízos alegados.

Durante o depoimento, o presidente da comissão, vereador Lívio Viana (União Brasil), questionou o diretor se a operação atual da empresa segue a projeção feita anos atrás, que previa três cenários: otimista, realista e pessimista. Paulo Vitor afirmou ter certeza do prejuízo e disse que a situação do consórcio está pior do que o previsto nas estimativas.

Ele relatou que diversas medidas previstas não foram executadas, como a construção de terminais, a revisão contratual no sétimo ano, a criação de corredores exclusivos para ônibus e a regulamentação da concorrência com aplicativos de transporte, que, segundo ele, agravaram as perdas da empresa.

A relatora da CPI, vereadora Ana Portela (PL), rebateu os argumentos do diretor e destacou que o “boom” dos aplicativos em Campo Grande ocorreu entre 2017 e 2018, período em que o consórcio, inclusive, registrou lucro de R$ 7 milhões. Portela questionou quantos ônibus deixaram de ser entregues pela empresa nos últimos anos, mas Paulo Vitor não respondeu diretamente. Alegou apenas que o desequilíbrio financeiro decorre da falta de cumprimento dos marcos contratuais pela prefeitura, especialmente o estudo previsto para o sétimo ano.

Para ele, a principal melhoria que o consórcio pode oferecer hoje ao usuário é o aumento da velocidade do sistema, permitindo que os passageiros cheguem mais cedo aos seus destinos. No entanto, ressalta que isso só será possível com melhorias no trânsito da Capital e a implantação dos corredores exclusivos.

Os vereadores consideraram esse ponto, a mobilidade urbana, como um denominador comum entre as duas fases das oitivas, já que técnicos da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) e da Agereg (Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos) também apontaram entraves no tráfego da cidade.

Paulo Vitor também comentou que a instalação de ar-condicionado nos ônibus não seria suficiente para oferecer conforto ao passageiro, já que os veículos param a cada 500 metros. Disse que seria necessário, inclusive, climatizar os pontos de parada. Ele ainda afirmou não acreditar que a idade da frota seja um fator determinante para os prejuízos alegados pelo consórcio.

A reportagem procurou a Prefeitura de Campo Grande para comentar as declarações do diretor, mas, até a publicação desta matéria, não obteve retorno.

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