Mato Grosso do Sul encerrou agosto com déficit hídrico em 43 dos 55 pontos monitorados, segundo boletim divulgado nesta sexta-feira (12) pela Aprosoja (Associação de Produtores de Soja). Os volumes acumulados variaram entre 15 e 90 milímetros na maioria das regiões, abaixo da média histórica do período. Apenas Mundo Novo destoou, com 97 mm de chuva, índice 36% superior ao esperado.
Mato Grosso do Sul enfrenta déficit hídrico em 43 municípios, com chuvas abaixo da média histórica de agosto. As regiões Sul, Sudeste e Sul-Fronteira sofrem com seca fraca a moderada, enquanto o Pantanal se mantém próximo à média. O boletim da Aprosoja aponta anomalias de precipitação, com volumes acumulados entre 15 e 90 milímetros na maioria das áreas afetadas. A previsão para os próximos meses indica chuvas irregulares e temperaturas elevadas, com máximas de até 38°C no Pantanal e Bolsão. Apesar do cenário adverso, a produção de soja estimada é de 14,2 milhões de toneladas, alta de 68,2% em relação à safra anterior, graças ao bom desempenho das lavouras plantadas no início do ano. A Aprosoja alerta para a necessidade de atenção dos produtores devido à permanência do fenômeno El Niño neutro.
As anomalias de precipitação atingiram sobretudo as regiões Sul, Sudeste e Sul-Fronteira, onde o SPI (índice padronizado de precipitação) apontou seca fraca a moderada. Municípios como Naviraí, Iguatemi, Amambai, Coronel Sapucaia e Paranhos registraram déficits importantes, somando-se a áreas críticas no leste, como Anaurilândia, Eldorado e Batayporã. No Pantanal, o cenário foi diferente: Corumbá e Aquidauana ficaram próximos da média, com saldo levemente positivo em algumas áreas.
O boletim lista os 43 municípios em que a chuva ficou abaixo do esperado: Aquidauana, Anastácio, Angélica, Antônio João, Aparecida do Taboado, Aral Moreira, Bataguassu, Batayporã, Bela Vista, Bodoquena, Bonito, Caarapó, Camapuã, Campo Grande, Caracol, Cassilândia, Chapadão do Sul, Corguinho, Coronel Sapucaia, Costa Rica, Coxim, Deodápolis, Douradina, Dourados, Eldorado, Fátima do Sul, Glória de Dourados, Guia Lopes da Laguna, Iguatemi, Itaquiraí, Ivinhema, Jardim, Jateí, Juti, Laguna Carapã, Maracaju, Naviraí, Nioaque, Nova Alvorada do Sul, Nova Andradina, Paranaíba, Ponta Porã e Sidrolândia. Em todos eles, os volumes acumulados ficaram aquém da média histórica de agosto.
No Nordeste do Estado, os acumulados também ficaram abaixo do esperado, mas em menor intensidade, com cidades como Alcinópolis, Costa Rica e Paraíso das Águas registrando chuvas entre 60 e 90 mm. Já no Norte, municípios como Sonora, São Gabriel do Oeste e Rio Verde de Mato Grosso também enfrentaram déficit, mas de menor gravidade do que no Cone Sul.
Para os próximos meses, a previsão é de chuvas irregulares e temperaturas acima da média histórica. O trimestre de setembro a novembro pode registrar máximas de até 38°C em regiões como o Pantanal e o Bolsão, segundo prognóstico elaborado com base em dados do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) e do Copernicus. A Aprosoja alerta que os produtores devem redobrar a atenção, já que o fenômeno El Niño deve permanecer neutro, com 57% de probabilidade.
Apesar do cenário climático adverso, a produtividade média estadual está estimada em 112,7 sacas por hectare e a produção prevista é de 14,2 milhões de toneladas, alta de 68,2% em relação à safra passada. Segundo a entidade, o resultado reflete o bom desempenho das lavouras plantadas entre fevereiro e março, beneficiadas pelas chuvas de abril, mas ameaçadas pela sequência de estiagem e altas temperaturas que marcam o fim do ciclo.
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