Deputado também está na mira da Corregedoria por xingamentos em manifestação em Campo Grande

O deputado federal Marcos Pollon (PL-MS) apresentou defesa à Corregedoria da Câmara dos Deputados em duas representações que apuram sua participação na obstrução do plenário em 6 de agosto e em um discurso feito durante manifestação em Campo Grande. O parlamentar alega que os atos têm caráter político, protegido pela Constituição, e não configuram quebra de decoro.
O deputado federal Marcos Pollon (PL-MS) apresentou defesa à Corregedoria da Câmara dos Deputados em resposta a duas representações que investigam sua participação na obstrução do plenário em 6 de agosto e um discurso realizado em Campo Grande. O parlamentar argumenta que os atos têm natureza política e são protegidos pela Constituição. Em sua defesa formal, Pollon sustenta que a ocupação da mesa diretora foi um ato simbólico e pacífico, visando dar visibilidade à pauta da anistia dos presos do 8 de janeiro. O corregedor da Câmara, deputado Diego Coronel (PSD-BA), notificou Pollon e outros 13 parlamentares, com possíveis punições que variam de advertência à perda de mandato.
Pollon confirmou ter sido notificado pela Corregedoria na noite do dia 13. Na ocasião, afirmou em vídeo que não usaria o diagnóstico de TEA (Transtorno do Espectro Autista) como justificativa para sua presença na mesa diretora da Câmara, recurso mencionado em gravação anterior. “Eu não vou usar a questão do espectro para defender os meus atos. Eu tinha plena consciência”, declarou.
O deputado também rebateu tentativas de atribuir ao colega Marcel van Hattem (Novo-RS) a responsabilidade por sua permanência na cadeira da presidência da Casa. “Dentro daquela bagunça, não foi privilégio meu não entender o que estava acontecendo, porque cada hora vinha uma informação. Eu busquei informação segura, com um deputado sério e corajoso”, disse.
Na defesa formal, Pollon sustenta que a ocupação da mesa diretora foi um ato simbólico e pacífico, voltado a dar visibilidade à pauta da anistia dos presos do 8 de janeiro. Ele cita que ações semelhantes já foram praticadas por parlamentares de diferentes partidos em votações anteriores no Congresso.

O parlamentar também questiona a validade das representações, apontando ausência de individualização das condutas. “Quem fez o quê, quando e como? A representação não identifica o que foi exatamente feito, como foi executada e por que seria reprovável”, argumenta.
Além disso, Pollon destacou que, em 19 de agosto, foi protocolado o Projeto de Resolução 63/2025, que altera o Código de Ética da Câmara, reforçando que até então não havia previsão de punição para obstruções físicas no plenário.
A segunda representação trata de discurso proferido em 3 de agosto, em ato pró-anistia em Campo Grande, quando Pollon usou palavrões para criticar a aproximação do PL com o PSDB. O deputado afirma que a manifestação ocorreu fora do ambiente institucional e, portanto, estaria amparada pela imunidade parlamentar prevista no artigo 53 da Constituição.
O corregedor da Câmara, deputado Diego Coronel (PSD-BA), notificou Pollon e outros 13 parlamentares que participaram da obstrução. Segundo ele, todos terão direito à ampla defesa e a análise das condutas será feita “no prazo mais célere possível”. As punições vão de advertência à perda de mandato.
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