Desde o início do conflito entre Israel e Hamas, em outubro de 2023, o governo brasileiro intensificou as condenações às ações militares israelenses no Oriente Médio. De lá para cá, de acordo com um levantamento feito pelo Poder360, o Itamaraty divulgou pelo menos 64 comunicados criticando bombardeios e operações das Forças de Defesa de Israel (FDI) em diferentes territórios da região, incluindo a Faixa de Gaza, o Líbano e, mais recentemente, o Irã.
Em contrapartida, o Itamaraty emitiu apenas 10 comunicados condenando ações de grupos como Hamas, Houthis, Hezbollah e do próprio Irã contra o território israelense. A primeira manifestação ocorreu no próprio 7 de outubro de 2023, data do ataque inicial do Hamas. Nos dias seguintes, o governo brasileiro lamentou a morte de cidadãos brasileiros e condenou a escalada da violência.
A última nota em solidariedade a Israel foi publicada no aniversário de um ano dos ataques promovidos pelo Hamas, que resultaram na morte de mais de 1.100 israelenses. Segundo dados do Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo grupo extremista, mais de 57 mil pessoas morreram no enclave desde o início do conflito.
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Do total de comunicados, a maioria condena ofensivas contra alvos civis, instalações médicas, missões diplomáticas e organizações humanitárias. Embora as primeiras manifestações tenham ocorrido logo após a eclosão do conflito, o tom crítico se tornou mais frequente e incisivo em 2024, quando foram publicadas 45 notas — 29 delas no segundo semestre.
Além dos episódios envolvendo Israel, o governo brasileiro também se pronunciou sobre outros desdobramentos do conflito, como a interceptação da embarcação Madleen, que levava a ativista Greta Thunberg e o brasileiro Thiago Ávila rumo a Gaza. Só na semana encerrada em 13 de junho, foram quatro notas relacionadas ao conflito.
A última manifestação ocorreu na sexta-feira (13), após ataques aéreos israelenses sobre cidades iranianas, incluindo Teerã. O governo brasileiro classificou o episódio como “grave violação da soberania iraniana” e reforçou o apelo por cessar-fogo na região.