Músico era querido por colegas e crianças da banda: “Sem ele, não era a mesma coisa”
Jovem morre preso em porta de casa em MS; polícia investiga embriaguez Um jovem de 24 anos morreu após ficar preso entre a porta e o batente da própria casa em Ribas do Rio Pardo (MS). A polícia investiga se João Pedro Barbosa estava embriagado no momento do acidente. Ele tentou entrar pela porta dos fundos, que estava trancada na parte superior e entreaberta na inferior. O jovem forçou a entrada, mas ficou preso e morreu. João Pedro era músico e querido na comunidade. A perda gerou comoção na cidade. O Corpo de Bombeiros alerta para os riscos de tentar entrar em residências por meios improvisados e recomenda buscar ajuda de familiares, amigos ou acionar a corporação em casos semelhantes.
A Polícia Civil apura se João Pedro Barbosa, de 24 anos, estava embriagado no momento em que morreu, após ficar preso entre a porta e o batente da casa onde morava, em Ribas do Rio Pardo, a 97 km de Campo Grande. O acidente aconteceu na manhã de sábado (2), quando ele tentava entrar pela porta dos fundos da residência.
Segundo o delegado Felipe Braga, a parte superior da porta estava trancada, enquanto a parte inferior estava entreaberta. “Ele agachou, colocou o braço esquerdo e a cabeça, depois forçou para entrar, mas não conseguiu”, explicou. Há indícios de que ele possa ter consumido bebida alcoólica antes do acidente, o que pode ter contribuído para a situação.
Ainda conforme a investigação, João morava com o padrasto, que contou que o jovem costumava bater na janela para avisar que havia chegado — algo que não aconteceu dessa vez.
Legado de amor e saudades – A perda do jovem causou grande comoção na cidade. João era percussionista da Banda Marcial Gilberto Fogaça, onde tocava há mais de sete anos. Para o maestro Jehú Lucas, ele era mais do que um músico: era um irmão de banda. “Era um rapaz que amava a música. Se sentia em casa estando com a gente. A dedicação dele era incrível”, disse.
Jehú contou que João chegou a pegar uma moto emprestada para ir a uma apresentação com a banda, mesmo saindo direto do trabalho. “Sem muito esforço, tomava conta da atenção da criançada. Na penúltima noite do pijama que fizemos no projeto, todos queriam ser do time dele, o ‘Calcinha Preta’. Isso era ele: fazia todos caírem na gargalhada.”
Mesmo nos dias mais puxados, João não faltava. “Todo ensaio noturno, mesmo cansado do dia de trabalho, lá estava ele, firme e forte, com aquele sorriso que contagiava. Tinha um olhar de admiração por quem ainda estava aprendendo”, recorda o maestro, emocionado.
A presença dele era tão marcante que, mesmo quando se atrasava para as viagens, o grupo fazia questão de esperar. “Sem ele, não era tão engraçado. E a apresentação não seria a mesma. Ele era parte do nosso coração coletivo.”
Orientações – Diante do ocorrido, o Corpo de Bombeiros alerta para os riscos de tentar entrar em casa por meios improvisados. “Se esquecer a chave do portão ou da porta, nunca tente forçar janelas ou espaços estreitos, principalmente sozinho. Pode acontecer uma queda, um choque ou a pessoa pode ficar presa, como nesse caso”, explicou a tenente Edilene Borges.
Ela reforça que o mais seguro é buscar ajuda de familiares ou amigos, ou acionar os bombeiros, para evitar que situações cotidianas acabem em tragédia.
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