Justiça arquiva caso de execução em Campo Grande por falta de provas


Investigação apurava morte de carbonizados após “sentença” do tribunal do crime por troca de cocaína por gesso

Sem provas, Justiça arquiva inquérito de execução ligada ao PCC em Campo Grande
Carro incendiado, onde vítimas foram localizadas. (Foto: Direto das Ruas)

A 15ª Promotoria de Justiça de Campo Grande decidiu arquivar o inquérito que investigava nove suspeitos de envolvimento na execução de dois homens, encontrados carbonizados em julho de 2023, na região do Aeroporto Internacional da Capital. O crime, atribuído ao “tribunal do crime” do PCC (Primeiro Comando da Capital), ganhou repercussão após a divulgação de que as vítimas havia trocado cocaína por gesso, provocando a ira da facção.

Justiça arquiva inquérito sobre execução de dois homens carbonizados em Campo Grande. O caso, ligado ao PCC, ocorreu em julho de 2023 e envolvia nove suspeitos. A Promotoria alegou falta de provas para oferecer denúncia, apesar da investigação apontar o “tribunal do crime” da facção como mandante da execução. As vítimas teriam trocado cocaína por gesso, provocando a ira do grupo criminoso. Apesar do arquivamento, o inquérito pode ser reaberto caso surjam novas evidências. Entre os investigados, alguns constam como mortos ou vítimas em fases posteriores da apuração. As vítimas, Marcelo dos Santos Vieira e Thiago Brumatti Palermo, foram encontradas em um carro carbonizado. Eles integravam uma rede de tráfico de drogas e foram mortos após supostamente tentarem enganar a facção.

A decisão de arquivamento se baseia na ausência de provas suficientes para oferecer denúncia, conforme previsto nos artigos 18 e 28 do Código de Processo Penal. Apesar do encerramento formal da investigação, o artigo 18 permite reabertura do caso se surgirem novas evidências.

Constam como investigados Ewerton Machado Alves, Diogo Guilherme da Silva Firmino, Cristiago Nunes Dutra, Cleber Laureano Rodrigues Medeiros, Tiago Ferreira da Silva, Cezar Augusto Rocha Gonçalves, Felipe de Lima Ferreira, Benjamim Pereira de Paula Santos e Everton Larrea Negrete. Alguns dos nomes aparecem como mortos ou já identificados como vítimas em fases posteriores da apuração, o que levanta dúvidas sobre a viabilidade jurídica de denúncia para todos os investigados.

Entre as vítimas estão Marcelo dos Santos Vieira e Thiago Brumatti Palermo, encontrados dentro de um Ford Fiesta carbonizado, em uma estrada próxima ao bairro São Conrado, uma área já conhecida por ser usada como “desova” de corpos. A investigação revelou que os dois integravam uma rede ligada ao tráfico de cocaína da fronteira com destino a São Paulo, e teriam sido mortos após tentar repassar 40 quilos de gesso no lugar da droga.

De acordo com a Polícia Civil, Marcelo e Thiago foram levados a um imóvel no Jardim Itamaracá e, junto a outros três homens também sentenciados à morte pelo PCC, julgados por membros da facção. Ao menos dois conseguiram escapar do carro em chamas, e um terceiro sobreviveu após ser esfaqueado ao fugir do veículo em movimento.

Durante a investigação, nove pessoas foram indiciadas por crimes como homicídio qualificado, tentativa de homicídio, destruição de cadáver, tráfico de drogas e organização criminosa. Três chegaram a ser presas em estados diferentes, mas outros permanecem foragidos, e o caso acabou encerrado formalmente por falta de elementos robustos para sustentar a acusação.

Apesar disso, a decisão de arquivamento não impede a retomada das investigações, caso surjam novas provas. O inquérito ganhou notoriedade não apenas pela brutalidade do crime, mas também pela atuação direta de lideranças do PCC em Campo Grande, São Paulo e no Paraná.

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