Lula alfineta EUA por sinalizar interesse em minerais críticos brasileiros


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) alfinetou os Estados Unidos pela possibilidade de se colocar os chamados minerais críticos ou estratégicos brasileiros na mesa de negociação sobre o tarifaço de 50% imposto pelo seu homólogo Donald Trump.

Isso porque, nesta quinta (24), o encarregado de negócios da Embaixada dos Estados Unidos, Gabriel Escobar, sinalizou que o governo norte-americano tem interesse nestes minérios, importantes para a produção de componentes tecnológicos. É uma estratégia semelhante à imposta por Trump na negociação de mais ajuda à Ucrânia na guerra provocada pela Rússia.

“Nós temos a maior floresta do mundo para proteger. […] Temos todo o nosso petróleo, todo o nosso ouro, temos todos os minerais ricos que vocês querem para proteger, e aqui ninguém põe a mão. A única coisa que eu peço é que o governo americano respeite povo brasileiro como eu respeito o povo americano”, afirmou Lula em um evento do governo também na quinta (24) no Vale do Jequitinhonha (MG).

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No mesmo discurso, Lula voltou a provocar Trump afirmando que fez um “desaforo desrespeitoso com o Brasil” e que é o líder norte-americano que não quer conversar com o governo para negociar o tarifaço.

“Eu fiquei pensando: o que fazer? Ele não quer conversar, se ele quisesse conversar, ele pegava o telefone e me ligava. […] Se quiserem negociar, nós vamos negociar. Nós temos os melhores negociadores do mundo”, completou Lula emendando que “o Lulinha estará pronto para negociar”.

Ele ainda reforçou outra crítica que vem sendo recorrente em seus discursos e entrevistas, de que o Brasil não quer um “imperador do mundo”, e que o país é “dono do próprio nariz”.

Mais tarde, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) minimizou as críticas de Lula sobre a possibilidade de se colocar estes minérios na mesa de negociação, e afirmou que já teve reuniões com representantes do setor.

“O setor minerário é um que nós recebemos. É outro setor que exporta para os Estados Unidos apenas 3%, mas importa em máquinas e equipamentos mais de 20%. O que mostra, de novo, enorme superávit [dos norte-americanos] na balança comercial”, pontuou.

Alckmin disse que o Brasil “nunca saiu da mesa de negociação” e que está empenhado em resolver. Também afirmou que teve uma reunião com o secretário do Comércio dos EUA, Howard Lutnick, no último sábado (19).

De acordo com ele, foi uma “conversa boa” de quase 50 minutos, mas sem entrar em detalhes sobre o que foi discutido.

O Brasil corre contra o tempo para tentar evitar o início do tarifaço, daqui a uma semana, ou para adiar a entrada em vigor. Em paralelo, o governo prepara um plano de contingência para ajudar as empresas que venham a ser mais afetadas, com linhas de crédito e recursos para evitar a demissão de trabalhadores, em linhas gerais.

O plano será apresentado pelo ministro Fernando Haddad, da Fazenda, a Lula na próxima segunda (28). Caberá ao presidente decidir o que será feito.



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