Lula defende volta de condenados por corrupção à política



Na mesma tarde em que foram realizadas várias manifestações pelo país contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) e o PT, o presidente Lula homenageou e defendeu, neste domingo (3), a volta à vida pública de condenados pelo petrolão e pelo mensalão, ambos casos de corrupção em seus governos anteriores.

“Estou feliz que o companheiro Delúbio está presente nesta plenária. Acho que Vaccari está aqui também… Acho extremamente importante a volta do José Dirceu para a direção nacional do PT. Acho que o companheiro Genoino deveria estar nessa também”, afirmou Lula no 17º Encontro Nacional do PT, em Brasília.

Condenações dos “companheiros”

O ex-ministro da Casa Civil do primeiro governo de Lula, José Dirceu foi apontado como um dos mentores do mensalão e envolvido no petrolão, esquema de desvios bilionários da Petrobras. No total, as penas somavam mais de 30 anos. Mas, em outubro de 2024, o ministro do STF Gilmar Mendes anulou os atos processuais da Lava Jato contra ele.

Ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares foi acusado de ser a pessoa que operacionalizava todo o esquema de compra de apoio político do Mensalão. Condenado a oito anos de prisão, cumpriu dois anos e três meses. O petista também esteve envolvido na Operação Lava Jato, mas teve a condenação anulada pelo ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Ribeiro Dantas, que enviou o caso para ser reiniciado na Justiça Eleitoral.

O ex-secretário de Finanças do PT, João Vaccari Neto, foi condenado na Operação Lava Jato a uma pena de 24 anos. O ministro Edson Fachin considerou que a 13ª Vara Federal de Curitiba não tinha competência para julgar o caso e anulou sua condenação.

Já o ex-presidente do partido José Genoino foi condenado pelo mensalão. Cumpriu um ano e dois meses na Penitenciária da Papuda, em Brasília, e alguns meses em casa. Em 2014, o STF extinguiu a pena com base no benefício.

Reeleição depende da saúde

Lula também usou o encontro para falar sobre sua reeleição em 2026. Segundo ele, sua participação na corrida eleitoral do ano que vem dependerá da sua saúde: “Nós vamos fazer outra vez o melhor governo que esse país já teve”.

Lula ressaltou que não quer passar pela mesma situação que o ex-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden que desistiu da reeleição no meio da campanha por causa de problemas de saúde.

O petista disse que a disputa de 2026 é “a mais importante das nossas vidas” para “consolidação de um projeto civilizatório”, segundo o G1.

“Nunca mais vamos permitir que alguém de extrema-direita com cabeça fascista volte a governar esse país”, declarou Lula, segundo apuração do G1. “Se eles não estão contentes com o que estamos fazendo com três mandatos, se preparem porque pode ter o quarto.”

O evento marcou a posse do novo presidente do partido, o ex-prefeito de Araraquara (SP) Edinho Silva e o retorno de Dirceu à direção nacional da sigla.

Lula disse que briga com Trump tem “limite”

Lula disse ainda que a briga sobre o tarifaço com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, “tem um limite” e que não pode falar o que “acha que é possível, mas o que é necessário”.

“Tenho limite de briga com o governo americano. Não posso falar tudo o que eu acho que posso. Tenho que falar o que é possível, o que é necessário”, disse. Para Lula, Trump “extrapolou os limites porque quer acabar com o multilateralismo”.

“Eles são um país muito grande, o mais bélico, com mais tecnologia, a maior economia. Tudo isso é muito importante. Mas queremos ser respeitados pelo nosso tamanho. Não somos republiqueta. Tentar colocar assunto político para nos taxar economicamente é inaceitável.”

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