O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta terça-feira (5) que o “desafio” de quem está no terceiro mandato como chefe do Executivo é “fazer mais” pelo país, por isso pretende ficar “cada vez mais “esquerdista e mais socialista”. O mandatário discursou durante a reunião do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), no Palácio do Planalto.
“É preciso que se saiba que o Brasil pode fazer muito mais. Podemos melhorar muito a situação do país. A gente pode fazer muito mais coisa do que a gente está fazendo. Esse é o desafio de quem já foi presidente três vezes. Cada vez eu tenho que fazer mais. Significa que cada vez mais vou ficar mais esquerdista, mais socialista, e vou ficar achando que a gente pode mais”, afirmou Lula, que foi aplaudido pela plateia.
A declaração ocorre na véspera do tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra o Brasil. As tarifas de 50% sobre produtos brasileiros entrarão em vigor nesta quarta-feira (6). Além do tarifaço, Trump sancionou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes com a Lei Magnitsky e suspendeu os vistos de outros sete integrantes da Corte.
“Eu, sinceramente, estou tomado de alegria. Tem esse problema dos Estados Unidos contra nós. Isso a gente resolve. É mais fácil resolver isso do que combater a fome e a miséria nesse país. É muito mais fácil”, disse Lula, destacando que quer um “país de classe média”.
Nesta manhã, Lula afirmou que pode convidar Trump para participar da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 30), que será realizada de 10 a 21 de novembro, em Belém (PA), já que o americano “não quer falar” das tarifas comerciais. “Eu quero saber o que ele pensa da questão climática”, afirmou Lula durante a abertura da 5ª Reunião Plenária do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, o Conselhão.
O presidente se emocionou em vários momentos de seu discurso no encontro do Consea, principalmente, ao comemorar a saída do Brasil do Mapa da Fome, anunciada pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO/ONU) na semana passada.
“Não vou morrer agora porque sou apaixonado pela Janja, quero viver 120 anos. Mas vou dizer uma coisa, se eu morresse hoje, eu estaria satisfeito. Eu acho acho não é fácil o exemplo que vocês estão dando ao mundo”, disse aos presentes no evento.
“E não é só por conta do Bolsa Família, o sucesso é uma confluência de muitas coisas. O Brasil vive um bom momento. Se juntar o que estamos vivendo na educação, temos menor taxa de desemprego, temos melhor rendimento do trabalho, maior massa salarial. Nós construímos tanta coisa juntos”, afirmou o mandatário.
O Consea é um orgão de assessoramento da presidência e é responsável pela gestão intersetorial de políticas públicas e a articulação entre as três esferas de governo (federal, estadual e municipal).