O Palácio do Planalto está finalizando um pacote de programas sociais a ser lançado no segundo semestre de 2025, com o objetivo de reforçar o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) rumo a sua tentativa de quarto mandato, informou O Globo nesta segunda-feira (28). As ações tem como foco a classe média e as periferias, base eleitoral tradicional do petista, além dos mais pobres.
A Quaest realizou, de 10 a 14 de julho, pesquisa em 120 munícipios que mostra que 58% dos eleitores não apoiam a ideia de candidatura de Lula a um quarto mandato. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos, e o grau de confiança é de 95%.
Uma das medidas-chave é o programa “Gás para Todos”, que substituirá o atual Auxílio Gás. Previsto para agosto, por meio de Medida Provisória, o programa tem como alvo 16,6 milhões de famílias que terão um cartão específico para retirada de botijões de 13 kg. O custo estimado no orçamento da União, em 2025, é de R$ 2,6 bilhões, com previsão de chegar a R$ 5 bilhões em 2026.
Na terça-feira (22), a equipe econômica do governo federal já havia reduzido a contenção de gastos no Orçamento de 2025 de R$ 31,3 bilhões para R$ 10,7 bilhões. A medida, alegaram, foi tomada em virtude do aumento nas receitas e somados aos R$ 17,8 bi de leilões do pré-sal. A meta fiscal de déficit zero, dentro da banda de tolerância para o arcabouço fiscal, em 2025 está mantida, apesar do déficit projetado de R$ 74,9 bi.
Lula planeja programas para diminuir rejeição
Outro programa para tentar alavancar a popularidade de Lula é o financiamento para que entregadores e motoristas de aplicativos adquiram motocicletas e carros. Essa iniciativa, desenvolvida pelo Ministério do Desenvolvimento Social, foi desenhada para, em tese, tentar reduzir os custos desses trabalhadores para adquirir um veículo. Aqui, são mais R$ 10 bilhões para empreendedores de micro e pequeno porte.
O tom de palanque já havia sido antecipado na sexta-feira (25) quando Lula participou de lançamento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para a urbanização de favelas, em Osasco (SP), e criticou pobres que votam em candidatos ricos. “Ele só é rico porque já roubou”, disparou.
Já a classe média seria impactada com programa do Ministério das Cidades oferecendo duas linhas de financiamento para reformas residenciais, de até R$ 5 mil e R$ 30 mil. Porém, ainda não se conhece a fonte de recursos e o montante necessário. Os ministérios da Saúde e Educação também estariam sendo pressionados para entregarem mais opções de projetos que atinjam esses públicos.
Plano de contingência
O governo também está desenvolvendo um plano de emergência para amortecer os efeitos do tarifaço de 50% anunciado por Donald Trump e que entrará em vigor na sexta-feira (1º). O pacote, que ainda precisa ser aprovado por Lula, incluirá linhas de financiamento mais acessíveis.
Há uma foco especial nas empresas de pequeno e médio porte, por sua vulnerabilidade financeira e o número de empregos que suportam. Adicionalmente, o plano prevê aquisições governamentais de produtos afetados e um fundo temporário para suporte a empresas.