Se perguntar a um jovem torcedor de hoje como surgiu o termo Fla-Flu, para o clássico Flamengo x Fluminense, certamente, ele dirá que foi inventado pelo jornalista Mário Filho.
Foi o que o avô e o pai dele passou-lhe, de tanto ouvirem dos amigos. No entanto, bola fora.
Mário Filho era o jornalista esportivo mais importante do futebol carioca, mas não fora o pai daquela sigla, mas um cartola chamado Joaquim Guimarães.
Corria 1933 e o profissionalismo, apoiado pelo Mário, teria um Campeonato Carioca com poucos clubes, o que faria o encontro dos “grandes” ficar repetitivo, desestimulante para o tocedor.
Então, ele lembrou-se de 1925, quando o tal do Joaquim Guimarães formou uma Seleção Carioca só com atletas rubro-negros e tricolores e chamou- a por “Seleção Fla-Flu”, e que a companhia teatral Trololó, de Jardel Jércoles fizera, no Teatro Glória, um musical com a mesma sigla.
Seria pela mesma sigla que ele pretendia motivar o torcedor. No embalo, criou um campeonato das torcidas, premiando o torcedor que chegasse mais cedo ao estádio, com medalhas as mais criativas, mais animadas e sorteando geladeiras partas a moçada.
Por ali, o futebol carioca passou a viver o animado tempo do mar de bandeiras, de gente uniformizada, charangas com tambores de escolas de samba, clarins, pratos de bandas militares e até sinos.
Nos jogos noturnos, a rapaziada levava lanternas e balões com as cores dos dois times, fazendo um grande espetáculo de vibrações. Com aquilo, os Fla-Flu passaram a ser uma festa como um domingo de Carnaval. Motivou tanto a galera que, entre 1934 a 1936, os dois clubes se enfrentaram por 22 vezes. O que a turma queria era festa – e o Flu fez a dele, em sete jogos, e o Fla, em seis, além de nove empates.
Além disso tudo, Mário Filho escrevia sobre torcedores ilustres e velhos clássicos, abrindo a curiosidade da galera. Sobre um deles, oito temporadas após o surgimento desse novo Fla-Flu, ele contou a saga do Fluminense tentando segurar o empate que lhe dava o título carioca: a seis minutos da final, para segurar o rival, começou a chutar bolas para a Lagoa Rodrigo de Freitas, de onde elas demoravam a voltar, mesmo com os remadores do Flamengo se esforçando am braçadas rápida.
E vieram muitos outros Fla-Flu, com o Fluminense querendo que Mário Filho fosse se torcedor e chorando quando era informado de que ele fora visto conversndo com dirigentes rubro-negros. Mario desconversava, dizendo que torcia só pela Seleção Brasileira.
Uma das últilmaas grandes emoções vividas por ele foi durante o Fla-Flu em que rubro-negros e tricolores decidiam o título carioca de 1963, com o empate virando caneco flamenguista. Pelo finalzinho da partida, o ponta-esquerda tricolor, Escurinho, frente a frente com o goleiro rubro-negro Marcial, chutou e a sua trorciad levantrou-se, comemorando o tento. Mas Marcial defendeu o pancadaço e o Fla ser campeão – e ele ficando na história como o verdadeiro pai daquela grande festas do futebol.