Mauro Cid nega suposto plano de fuga investigado pela PF



O tenente-coronel Mauro Cid negou nesta sexta-feira (13), em depoimento à Polícia Federal, qualquer intenção de fugir do país. Ele foi interrogado por quase 3 horas sobre a tentativa de conseguir um passaporte português com a ajuda do ex-ministro do Turismo Gilson Machado, preso mais cedo por suspeita de obstruir o andamento da ação penal sobre a suposta tentativa de golpe de Estado.

O advogado Cezar Bittencourt, que representa Cid, disse à Gazeta do Povo que “nunca houve risco de fuga” e que seu cliente “não tem interesse” em sair do Brasil sem autorização, pois está cumprindo o acordo de delação premiada. Bittencourt ressaltou ainda que Cid não corre o risco de voltar à prisão. A validade da delação foi mantida.

Em entrevista à Globonews, a advogada Vânia Bittencourt, que também representa o militar, afirmou que ele e sua família têm cidadania e carteira de identidade portuguesas. Cid teria se disposto a entregar os documentos às autoridades brasileiras. O militar atuou como ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL); ambos são réus na ação penal.

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Na oitiva, Cid também negou a autoria de mensagens atribuídas a ele reveladas pela revista Veja. De acordo com a reportagem, o tenente-coronel teria usado um perfil no Instagram para se comunicar com um aliado de Bolsonaro durante o processo da delação premiada.

No último dia 10, a Procuradoria-Geral da República (PGR) e a PF pediram ao Supremo Tribunal Federal (STF) a abertura de um inquérito para investigar o ex-ministro do Turismo Gilson Machado por supostamente tentar emitir um passaporte no Consulado de Portugal em Recife (PE), em maio de 2025, para que Cid deixasse o Brasil.

A operação desta sexta foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso. A residência do tenente-coronel foi alvo de busca, e seu celular, apreendido. Inicialmente, Moraes havia determinado a prisão preventiva do militar, mas a medida foi revogada.

A prisão de Machado foi motivada pela saída do Brasil da família de Cid no dia 30 de maio de 2025. Segundo a investigação, o pai e a mãe de Cid, Agnes e Mauro Lourena Cid, a esposa Gabriela Ribeiro Cid e uma das filhas, Isabela Cid, viajaram para Los Angeles, nos Estados Unidos.

No entanto, eles não são alvos de medidas cautelares como as impostas por Moraes ao militar, como a proibição de viajar e a entrega do passaporte. Segundo a defesa de Cid, a viagem já estava programada. O ex-ministro do Turismo negou qualquer tentativa de ajudar o militar a fugir e disse que fez contato com o consulado para renovar o passaporte do pai.

“Não matei, não trafiquei drogas, não tive contato com traficante. Apenas pedi um passaporte para meu pai, por telefone, ao Consulado Português do Recife. O meu pai tem 85 anos. No outro dia ele foi lá no consulado, juntamente com meu irmão. Se ele não recebeu, ele está para receber a renovação do passaporte português dele”, afirmou o ex-ministro a jornalistas ao chegar ao Instituto Médico Legal (IML) para fazer exames de corpo de delito após a prisão.



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