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O senador e pré-candidato à Presidência da Colômbia Miguel Uribe, de 39 anos, foi baleado neste sábado (7/6) enquanto participava de um ato político em Bogotá, capital do país.
O legislador, membro do partido oposicionista Centro Democrático, do ex-presidente Álvaro Uribe (2002-2010), foi levado imediatamente a um hospital. Apesar do sobrenome, ele não é parente direto do ex-presidente.
Seu estado de saúde atual é considerado delicado, e o político teve ferimentos graves na nuca, segundo a imprensa colombiana. O prefeito de Bogotá, Carlos Galán, afirmou que Uribe está recebendo atendimento de urgência.
Galán confirmou também que a pessoa que atirou foi presa.
O atentado ocorreu no bairro de Fontibón, região onde está localizado o Aeroporto Internacional El Dorado.
O partido Centro Democrático informou, por meio de um comunicado, que, “em um ato de violência inaceitável”, “indivíduos armados atiraram pelas costas enquanto Miguel participava de um evento de campanha por volta das 17h”.
Imagens compartilhadas nas redes sociais mostram o pré-candidato ensanguentado sendo amparado por outras pessoas, enquanto buscavam ajuda.
O ex-presidente Álvaro Uribe disse que o crime é atentado “contra uma esperança da Pátria”.
Nas redes sociais, o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, prestou “solidariedade à família Uribe e à família Turbay [sobrenome da mãe de Miguel, assassinada nos anos 1990 em crime que chocou a Colômbia]”.
“Não sei como mitigar sua dor. É a dor de uma mãe ausente e de uma pátria”, escreveu Petro, de quem Miguel Uribe era um dos críticos mais contundentes.
As eleições presidenciais da Colômbia estão marcadas para o primeiro semestre de 2026.
Quem é Miguel Uribe
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Miguel Uribe é neto de Julio César Turbay, ex-presidente da Colômbia (1978–1982), e filho de Diana Turbay, jornalista que foi sequestrada e assassinada por Pablo Escobar durante a crise dos extraditáveis.
Na época, os narcotraficantes colombianos realizaram uma campanha violenta contra o Estado para evitar extradição de criminosos para os Estados Unidos.
Esse episódio foi narrado por Gabriel García Márquez em seu livro Notícia de um Sequestro.
Uribe é um forte crítico, pela direita, do presidente da Colômbia, o esquerdista Gustavo Petro.
Diante da intenção de Petro de convocar, por decreto, uma consulta popular para uma reforma trabalhista — algo que exigiria a assinatura de todos os ministros do gabinete —, Uribe declarou, horas antes do atentado, que os processaria por prevaricação (ato de um servidor público contrário à lei).
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Reação do governo colombiano
Em nota, a Presidência da Colômbia rejeitou “de maneira categórica e contundente o atentado do qual foi vítima” Uribe.
“Esse ato de violência é um ataque não apenas à integridade pessoal do senador, mas também à democracia, à liberdade de pensamento e ao exercício legítimo da política na Colômbia”, acrescentou.
Já Petro reagiu ao ataque contra Uribe em sua conta na rede social X.
“‘Ai’ Colômbia e sua violência eterna. Querem matar o filho de uma árabe em Bogotá, que já haviam assassinado, e não se deve matar no coração do mundo. Matam o filho e a mãe”, declarou.
A família Turbay é de ascendência libanesa.
“Respeitem a vida, essa é a linha vermelha. A Colômbia não deve matar seus filhos, porque eles também são nossos filhos. Máfias da terra, crostas da humanidade. Que vivam em paz as famílias árabes que chegaram à Colômbia”, continuou dizendo o presidente.
“A Colômbia dá as boas-vindas ao mundo, e não mata aqueles que vêm de todos os cantos do planeta. Minha solidariedade à família Uribe e à família Turbay. Não sei como mitigar sua dor. É dor de mãe que se foi e de pátria”, concluiu o presidente.