Abrindo as festividades um dia após o feriado de Corpus Christi, 19, o tradicional Banho de São João de Corumbá segue até domingo (23) e oportuniza ao visitante não apenas vivenciar uma tradição centenária que une fé, alegria e religiosidade.
Corumbá celebra o tradicional Banho de São João, evento que une fé e cultura pantaneira. A festa, reconhecida como patrimônio imaterial nacional, ocorre até domingo (23) e culmina com a descida de andores ao Rio Paraguai na noite do dia 23. A cidade oferece diversas atrações turísticas, como passeios fluviais, visita ao centro histórico e gastronomia regional. Além da festa, turistas podem explorar o Pantanal, com passeios pelo Rio Miranda e visita ao Passo da Lontra, local rico em fauna e flora. Em Corumbá, recomenda-se visitar as casas dos festeiros, que mantêm viva a tradição religiosa, e o centro histórico, com destaque para o Casario do Porto e o Museu de História do Pantanal. O roteiro pode incluir ainda o frigorífico de jacarés Caimasul e o Balneário Vale do Sol.
O período do ano apresenta um Pantanal mais verde e com mais água, a pesca está em alta e a cidade oferece uma série de atrativos, como passeios pelo Rio Paraguai e visita ao centro histórico, além de apreciar a rica gastronomia à base de peixe.
O ponto alto do São João Pantaneiro – o único na celebração pelo Brasil onde se leva a imagem do santo milagreiro e casamenteiro para o “batismo” no rio – é a descida dos andores, mais de 100, entre a noite do dia 23 e a madrugada do 24, até as águas do Paraguai.

Para quem está se programando para acompanhar esse ritual reconhecido como patrimônio imaterial nacional, o passeio pode ser ainda mais enriquecedor antecipando a viagem para curtir a natureza e a beleza singular da cidade de 246 anos.
Natureza e festa – A viagem de carro por cerca de 420 km pela BR-262 já é um deslumbre ao cruzar o Pantanal, com a opção de visitar o Passo da Lontra, pela MS-184 (cascalhada), e conhecer um polo de pesca e ecoturismo banhado pelo Rio Miranda, a 120 km de Corumbá.
A entrada para o Lontra, a 8 km da 262, é no trevo conhecido como Buraco da Piranha. As pontes de madeira acumulam água das chuvas e do Miranda e concentram a fauna, como jacarés, tuiuiús, gaviões, garças, lontras…
O caminho, antiga estrada boiadeira e único acesso a Corumbá até a construção da rodovia federal, em meados dos anos de 1980, oferece excelente estrutura de hotéis, pousadas, pesqueiros e áreas de camping. Avistar uma onça-pintada é possível no safári fotográfico.

Chegando na cidade, a dica é procurar uma agência de viagem e organizar seu roteiro de passeios e começar visitando as casas dos festeiros, onde predominam as raízes africanas do candomblé e umbanda – mais de 60% da população local é afrodescendente. Os arraiás organizam as procissões para banhar a imagem de São João.
As casas dos festeiros (ou de reza), enfeitadas de bandeirolas (com o andor do santo no centro da sala) e muita comida típica, simbolizam a força da fé e religiosidade do corumbaense e sua adoração ao santo. A tradição é seguida pela família, de pai para filho, por uma graça alcançada, geralmente relacionada à saúde.
De volta ao passado – O roteiro também inclui passeio pelo centro histórico da cidade (construções a partir do final do século XIX) e monumentos, incluindo: a matriz de Nossa Senhora da Candelária, Instituto Luiz de Albuquerque (Ila), antiga prefeitura, Jardim da Independência, Casa do Artesão, Cristo Rei do Pantanal, Portal da Marinha (em Ladário), Forte Junqueira e o Casario do Porto, onde ficam o Museu de História do Pantanal (Muhpan) e o Memorial do Homem Pantaneiro.

O passeio pela orla portuária, ao lado do Rio Paraguai, propicia observar um dos pôr do sol mais incríveis, ao fundo do cartão postal da cidade: a tomada de água da Sanesul, estrutura responsável pelo abastecimento da população. Nesse espaço, barco com piscina, música ao vivo e almoço e chalanas oferecem passeios pelo rio, com duração de até 3h.
Outra opção que vale a pena é conhecer o Caimasul, maior frigorífico de jacarés, distante 20 km da cidade. Os Caiman yacares são criados em cativeiro, com alimentação especial, o que torna sua carne diferenciada de uma espécie da natureza, cujo abate é crime ambiental.
No caminho do frigorífico, onde o visitante conhece os processos de cria e recria do jacaré desde a eclosão dos ovos, não deixe de visitar o Balneário Vale do Sol, ao lado da morraria de Urucum. O local oferece almoço pantaneiro no fogão de lenha, piscina com água natural e uma novidade: cavalgada.