O presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, afirmou que o partido deve apoiar Ciro Gomes (PDT) na disputa pelo governo do Ceará em 2026. A intenção do líder da sigla do ex-presidente Jair Bolsonaro com a aproximação do antigo adversário político é derrotar o governador Elmano de Freitas (PT), que buscará à reeleição ao governo cearense no próximo ano.
Crítico de Bolsonaro e de Costa Neto, Ciro Gomes irá deixar o PDT para concorrer ao governo do estado, que comandou no início da década de 1990. O destino do ex-candidato a presidente da República deve ser o PSDB, segundo a liderança tucana no Ceará, mas o ex-governador também é cortejado pelo União Brasil.
Em entrevista ao programa “Direto ao Ponto” da Jovem Pan News, Costa Neto deixou os conflitos para trás e classificou Ciro como um “fenômeno” na política, com potencial para vencer o PT nas urnas no Ceará. “O Ciro já meteu pau no Bolsonaro, já meteu pau em mim, já meteu pau em todo mundo. É o jeito dele […] Agora, ele é um fenômeno. É o único jeito da gente derrubar o PT no Ceará”, declarou Costa Neto, que afirma ter retirado três processos contra o antigo adversário, que estavam parados na Justiça.
Na Bahia, o presidente do PL disse que o partido deve usar a mesma estratégia em apoio à candidatura de ACM Neto (União Brasil). Ex-deputado federal e ex-prefeito de Salvador, ele lidera a última pesquisa eleitoral da Quaest em oposição à reeleição do governador Jerônimo Rodrigues (PT).
Presidente do PSDB do Ceará projeta chegada de Ciro Gomes para dezembro
A aproximação ao PSDB voltou a colocar o nome do ex-governador cearense entre os cotados para a nova corrida presidencial em 2026. Ciro foi candidato a presidente em quatro eleições e o ninho tucano está vago de uma figura presidenciável, após o êxodo dos principais governadores da sigla.
No entanto, dessa vez, o destino deve ser a disputa pelo governo estadual, segundo o presidente do PSDB cearense, Ozires Pontes. Em entrevista ao Diário do Nordeste, o líder tucano afirmou que a expectativa é que Ciro Gomes retorne ao PSDB em dezembro com um grande evento de filiação partidária.
“Será no mês de dezembro a filiação dele, vamos fazer um evento aqui gigantesco, chamar todo mundo de fora tanto a nível local e nacional”, revela. Em agosto, Ciro Gomes participou do lançamento da federação União Progressista e afirmou que o movimento político pode ajudar o Brasil a mudar os “trágicos rumos”, em referência ao governo Lula.
“Nasceu um grande partido de centro-direita, comprometido em seus documentos com a democracia.” Neste mês, a federação desembarcou do governo petista com a entrega de ministérios, dando sinais de que devem apoiar os candidatos de oposição na corrida presidencial em 2026.
Ciro Gomes procura se colocar como uma terceira via entre a disputa política encabeçada nos últimos anos por Lula e Bolsonaro. Em vídeo divulgado no mês de julho, ele chama a polarização de “araque” e faz duras críticas à postura do petista e da família Bolsonaro após o anúncio do tarifaço imposto pelo presidente norte-americano, Donald Trump, por causa dos riscos econômicos para o Brasil.
“Quer dizer que nós devemos aceitar passivamente a violência econômica imposta a nós? Óbvio que não. Mas daí a celebrar, como Lula está fazendo, os benefícios eleitorais de curto prazo, que a soma da injustiça da medida ianque com a tremenda burrice dos Bolsonaros, vai uma enorme e intransponível distância”, disparou Ciro Gomes.
Procurado pela Gazeta do Povo, Gomes não se manifestou sobre os questionamentos sobre o futuro político até a publicação desta reportagem.