Segundo ele, UFMS tirou equipamentos e materiais essenciais para a realização de 15 pesquisas científicas
Na manhã desta quarta-feira (2), professor da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) foi surpreendido com o “despejo” do CTEI (Centro Tecnológico de Eletrônica e Informática). Um caminhão da própria instituição retirou aparelhos e outras ferramentas de trabalho usadas na condução de 15 projetos e artigos científicos.
Professor da UFMS teve laboratório tecnológico removido sem aviso prévio nesta quarta-feira (2). O Centro Tecnológico de Eletrônica e Informática (CTEI), existente desde 2009, foi esvaziado por um caminhão da instituição, retirando equipamentos essenciais para 15 projetos científicos em andamento. A universidade justificou a mudança como parte de uma reorganização espacial, informando que o CTEI será integrado a um novo complexo de laboratórios. O professor Marco Aurélio Stefanes, coordenador do Centro, questiona a falta de transparência no processo e alerta para os prejuízos à pesquisa acadêmica.
A matéria foi sugerida pelo canal Direto das Ruas, por Marco Aurélio Stefanes, professor da Facom (Faculdade de Computação) da UFMS e coordenador do Centro Tecnológico, que existe desde 2009 no campus da Cidade Universitária, em Campo Grande.
Segundo ele, a universidade havia informado sobre a possível mudança, justificando a realocação do Centro Tecnológico, mas sem informar onde ficaria o novo local. “Nos pediram relatório científico, relatório patrimonial e nós apresentamos. Depois, eu solicitei uma descrição de qual ato administrativo autorizava a mudança do espaço e, para minha surpresa, não tivemos resposta”, afirma.
Hoje foram retirados computadores e materiais do laboratório e, sem um espaço adequado, o professor destaca que não só os docentes, mas também os discentes serão prejudicados. “Lá é o nosso local de reunião de trabalho. Então, nós estamos sendo subtraídos do nosso espaço de trabalho efetivo. […] É uma perda substancial porque um pesquisador perder o seu laboratório é equivalente a amputar as pernas de um corredor. Não tem como fazer pesquisa sem as devidas condições de trabalho, um laboratório minimamente adequado”, ressalta.
Ele lembra que são mais de 20 anos de trabalho e pesquisa envolvidos no Centro Tecnológico e que, além do investimento intelectual, há também o financeiro. “Nós temos projetos submetidos ao CNPQ, projetos submetidos às agências de fomento. Alguns desses recursos foram contemplados e outros estão em fase de avaliação. Com esses recursos, adquirimos equipamentos e levamos para esses espaços físicos que são os laboratórios”, explica.
A reportagem procurou a UFMS sobre o caso que, por meio de nota, informou que a partir da nova direção da Faculdade de Computação com a Faculdade de Ciências Humanas foi criado um complexo de laboratórios, reunindo o CTEI e outros laboratórios localizados na entrada do Setor 1 – Bloco 4, na Cidade Universitária.
“CTEI será transferido para esse espaço para pleno desenvolvimento e o local onde estava será devolvido à Fach para expansão de suas atividades. A mudança é apenas referente à reorganização dos espaços na UFMS”.
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