Em evento na Capital, Simone Tebet diz que trajeto poderá ser percorrido mesmo com trechos de terra
Com 75% das obras concluídas, a Ponte Internacional da Rota Bioceânica, que ligará Porto Murtinho (MS) a Carmelo Peralta, no Paraguai, deve estar disponível já no primeiro semestre de 2026 para quem quiser se aventurar pelo trajeto, mesmo com trechos ainda em estrada de terra.
A ministra do Planejamento, Simone Tebet, prevê que a Ponte Internacional da Rota Bioceânica, ligando Porto Murtinho (MS) a Carmelo Peralta (Paraguai), estará aberta para uso no primeiro semestre de 2026. Apesar de alguns trechos ainda estarem em estrada de terra, a ponte, com 75% das obras concluídas, permitirá o tráfego, fomentando o turismo e investimentos na região. A construção da alça de acesso está prevista para o final de 2026. A Rota Bioceânica, conectando Brasil, Paraguai, Argentina e Chile, é um projeto estratégico para a integração regional. A ministra destacou o entendimento com o Paraguai para simplificar trâmites aduaneiros em Porto Murtinho. A ponte terá 1.294 metros de extensão e 21 metros de largura. Obras de pavimentação e acessos estão em andamento nos dois países, com investimento de R$ 474 milhões no lado brasileiro. A Receita Federal estima um fluxo inicial de 250 caminhões por dia.
A previsão foi feita nesta quarta-feira (3) pela ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, durante a Rodada de Negócios Brasil–Chile, realizada na sede da Fiems (Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso do Sul), em Campo Grande.
O encontro reuniu autoridades e empresários dos dois países para discutir cooperação bilateral, parcerias empresariais e projetos estratégicos. A Rota Bioceânica é um dos principais pontos de integração previstos, conectando Brasil, Paraguai, Argentina e Chile.
Entusiasmada com o andamento da obra, a ministra destacou que a ponte ficará pronta no primeiro semestre de 2026, mas que a parte mais demorada será a construção da alça, prevista para o fim do mesmo ano. No momento, as equipes trabalham no carro de avanço para unir os dois lados da estrutura e na instalação das grades de proteção.
“Como a alça não precisa estar totalmente pronta para as pessoas trafegarem, nós já poderemos fazer turismo no deserto do Atacama e eles poderão vir conhecer Campo Grande, o Pantanal, Bonito, enfim, toda a região de Mato Grosso do Sul ainda no primeiro semestre. Ou seja, com a ponte pronta, ainda que haja algum pequeno trecho de estrada de terra, já podemos trafegar, seja para o turismo, seja para aproximar na área da culinária, seja, o que é mais importante ainda, para os investimentos”, afirmou a ministra.
Simone também ressaltou que já há entendimento com o Paraguai para resolver entraves aduaneiros. “Se algum caminhão quiser passar por lá, nós estamos conversando. É importante: nós mencionamos isso com o governo paraguaio — o problema da alfândega, a cabeceira única. O Paraguai já concordou com a cabeceira única ali em Porto Murtinho, que era um grande problema alfandegário”.
Além de Simone, participaram o ministro da Economia, Fomento e Turismo do Chile, Álvaro García; os governadores de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PP), e de Tarapacá, José Miguel Carvajal; a prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP); e o presidente da Fiems, Sérgio Longen.

A obra — A ponte terá 1.294 metros de extensão e 21 metros de largura. Já foi concluída a pavimentação do trecho de 280 km entre Carmelo Peralta e Loma Plata. Também está em andamento o asfaltamento entre Mariscal Estigarribia e Pozo Hondo, na divisa com a Argentina.
No lado brasileiro, estão em execução 13,1 km de acessos, ligando a BR-267 à cabeceira da ponte. Nesse trecho, estão sendo erguidas quatro pontes intermediárias, uma delas com quase 700 metros, devido à travessia de uma área alagada.
Além da ponte, está prevista a construção de estruturas alfandegárias integradas. Segundo a Receita Federal, o fluxo inicial estimado é de 250 caminhões por dia.
O investimento no Brasil soma R$ 474 milhões e está a cargo do Consórcio PDC Fronteira, formado pelas empresas Caiapó Construções, DP Barros e Paulitec Construções. No Paraguai, o Consórcio Tecnoedil e LT Construções executa quatro quilômetros de acesso, enquanto a ponte está sob responsabilidade do Consórcio Pybra.
Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais.