As novas tarifas aduaneiras oscilam entre 10% e 41%, sendo a mais alta para a Síria, enquanto União Europeia (UE), Japão e Coreia do Sul estarão sujeitos a 15%. Além disso, Washington aumentou em 5%, para 15%, os encargos para Costa Rica, Bolívia e Equador, e manteve intactos os previstos em abril para Venezuela (15%) e Nicarágua (18%).
As novas taxas começarão a ser cobradas em 7 de agosto, sete dias após a data anunciada originalmente. O adiamento tem como objetivo dar tempo às aduanas para se prepararem, explicou uma fonte do alto escalão.
Em documento no qual Washington detalha as novas tarifas, o Brasil aparece com 10%, mas apenas até 6 de agosto. O governo americano anunciou ontem que, sobre essa taxa mínima universal aos produtos brasileiros importados, vai acrescentar 40 pontos percentuais, o que equivale a 50%, devido, principalmente, ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, acusado de tentativa de golpe de Estado.
As tarifas de 50%, que entrarão em vigor em 6 de agosto, incidirão sobre o café e a carne, dois produtos dos quais o Brasil é o principal exportador mundial. Outras exportações importantes, como suco de laranja, aeronaves civis e seus componentes, além de fertilizantes, foram excluídas. No total, cerca de 700 produtos estarão sujeitos apenas às tarifas de 10% já anunciadas em abril.
O governo brasileiro prometeu combater a “injustiça” tarifária do presidente Donald Trump, apesar do alívio concedido a certos setores exportadores, e advertiu que recorrerá a tribunais internacionais caso fracassem as negociações previstas com os Estados Unidos.
Como Trump havia ameaçado, ele aumentou de 25% para 35% as tarifas sobre os produtos canadenses que entram nos Estados Unidos fora do T-MEC. “O Canadá não cooperou para conter o fluxo contínuo de fentanil e outras drogas ilícitas, e tomou medidas de represália contra os Estados Unidos”, criticou a Casa Branca em um documento.
“Os cartéis mexicanos operam cada vez mais laboratórios de síntese de fentanil e nitazeno no Canadá”, acrescentou o governo americano, sobre dois opioides sintéticos que preocupam os Estados Unidos.
No entanto, Donald Trump anunciou o adiamento das tarifas sobre produtos mexicanos por 90 dias para continuar negociando com o país vizinho.